São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2004

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MÚSICA

Duo inglês, que se apresenta hoje no Pacaembu, carrega "clubes em suas cabeças" e diz evitar tendências

Chemical Brothers elevam eletrônica

THIAGO NEY
DA REDAÇÃO

O Pacaembu para o Rei, o Pacaembu para o Chemical Brothers. Para o bem e para o mal, hoje, 20 de outubro, a música eletrônica atinge status de rock and roll -e de Roberto Carlos- no Brasil, com o show da dupla inglesa no estádio paulistano.
Para o bem porque este Nokia Trends Edição Especial (com abertura de Renato Cohen, James Holroyd e Justin Robertson; veja quadro ao lado) reafirma o apelo que a eletrônica atingiu com o público jovem (e o não tão jovem).
Mas, por outro lado, este show é quase um antagonismo em relação ao que esta cultura, capitaneada pelos Chemical Brothers, sempre pregou. Os DJs sempre foram tidos como antíteses dos pop stars que exigiam cachês milionários, se alimentavam da própria fama e faziam dos estádios uma barreira de separação entre o fã e o astro.
Tom Rowlands e Ed Simons (a dupla CB) se conheceram em Manchester e estão juntos desde 1989. Já lançaram quatro discos e preparam o quinto, que deve sair no começo do ano que vem. Este será o segundo show dos CB no Brasil -em 1999, tocaram em São Paulo (Via Funchal) e no Rio (Metropolitan).
Ontem, no hotel Unique, a Folha conversou com o duo.
 

Folha - Vocês gostaram dos shows de 1999 no Brasil?
Simons -
Sim, a atmosfera era ótima. Lembro que em São Paulo tocamos num lugar enorme.

Rowlands - Geralmente, se temos uma experiência não muito boa, nós riscamos o lugar de nossa lista e não voltamos mais.

Folha - Como será o próximo disco? Há colaborações?
Rowlands -
Ainda estamos finalizando, não dá para dizer como é. Queremos algo mais aberto, mais apaixonado, com mais emoções. Preferimos não comentar ainda quem está cantando no disco, porque muitas vezes as pessoas ficam sabendo quem cantará em uma de nossas músicas e dizem que o álbum sairá de certa forma.

Folha - Qual a diferença entre o Chemical Brothers num estádio e os roqueiros que vocês ajudaram a desmistificar com a eletrônica?
Rowlands -
Antes de nos tornarmos grandes, freqüentávamos raves para 20 mil, 25 mil pessoas, nos arredores de Londres. Então para nós a música eletrônica sempre ocupou espaços grandes.

Simons - Você não vê o DJ, às vezes nem sabe quem está tocando, mas está lá para dançar. Ainda é excitante e assustador chegar a um lugar e ver um monte de gente dançando. Não tem nada a ver com alimentar o nosso ego.

Rowlands - Num show nosso há apenas uma concepção musical. É legal às vezes ir a um show e assistir um cantor fazendo pose, mas não é isso o que fazemos.

Folha - Como vocês fazem para manter o contato com o que está acontecendo? Vocês vão a clubes?
Rowlands -
Nunca seguimos tendências ou modas. Nos juntamos no estúdio e passamos a compor.

Simons - Não vamos a clubes. Eles já estão em nossas cabeças...


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