São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2005

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FEIRA DE FRANKFURT

Autores dos dois países disputarão partida de futebol no encerramento

Campo literário vê Alemanha x Coréia

John Macdougall/France Presse
Bola com os nomes dos últimos ganhadores da Copa do Mundo


EDUARDO SIMÕES
ENVIADO ESPECIAL A FRANKFURT

A menos de um ano do início da Copa do Mundo 2006, cuja sede será a Alemanha, a Feira de Frankfurt deu o pontapé inicial na festa com um galpão inteiramente dedicado ao futebol. A programação, que começou ontem com a apresentação de filmes sobre o esporte, terá no sábado e no domingo duas inusitadas partidas de futebol: a primeira, entre jogadores bem amadores, escalados entre editoras de cinco países; e a segunda, e talvez mais curiosa, entre escritores da Alemanha e da Coréia do Sul, país convidado de honra da feira de livros.
Numa "reedição" da semifinal da Copa-2002, cada time terá quatro jogadores, o goleiro inclusive, que disputarão a posse da bola numa pequena quadra cercada, improvisada no galpão. "Creio que a Coréia tem mais chance de ganhar porque terá duas mulheres no time", brinca Katrin Ploetz, organizadora do Fussball Welt (mundo do futebol).

Mostra
Com 2.000 m2, o galpão será também palco de três exposições fotográficas sobre o tema: "Língua Mundial Futebol" apresenta registros de fotógrafos como Henri Cartier-Bresson, Abbas, Martin Parr e Herbert List, que captaram a paixão pelo futebol em campos improvisados como praias, estacionamentos e até mesmo numa igreja.
Aqui, não somente o inusitado entra em campo mas também temas como religião, a força do comércio que envolve o esporte e a participação de mulheres.
A fascinação mundial pelo esporte é retratada também numa exposição de fotos de monges-boleiros budistas, partidas com índias nos Andes, entre jovens sem-teto e outra com meninos israelenses e palestinos. Outra mostra fotográfica retrata o futebol ao longo do século 20, em que aparecem de Pelé e Ronaldo a Beckenbauer, responsável pela organização da Copa 2006, e o técnico da seleção alemã, Juergen Klinsmann.

B de bola
Os diferentes reflexos do futebol no imaginário literário serão lembrados de hoje até domingo em Frankfurt em leituras e debates sobre mulheres e futebol -a feira, aliás, terá o lançamento de uma revista sobre futebol só para mulheres, a "Fussball fuer sie", que inclui receitas e dicas de moda para o estádio (!), futebol e história (com uma palestra do escritor Nils Havemann dedicada à experiência da liga alemã de futebol durante a ditadura nazista), futebol e alfabetização etc.
Somente da Alemanha, estão expostos 300 livros que têm alguma relação com futebol, títulos que vão de biografias, como uma "oficial", recém-lançada, do jogador brasileiro Giovane Elber, ex-atacante do Bayern Munique, a revistas em quadrinhos e livros educativos. A ligação entre futebol e literatura será debatida no sábado na palestra "Uma Pequena História da Literatura sobre Futebol", que lembrará como o esporte foi personagem e até protagonista de autores como o alemão Günter Grass, o russo Vladimir Nabokov e o inglês Nick Hornby.
"No mundo inteiro há muitos projetos sociais que promovem o futebol em comunidades pobres. Como eles geralmente envolvem crianças e adolescentes, a idéia do galpão é estimular também a leitura entre esses jovens", observa Ploetz.

O repórter Eduardo Simões viaja a convite do Instituto Goethe

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