São Paulo, sexta-feira, 20 de outubro de 2006

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CDs

Clássico
6 Suítes para Violoncelo Solo
    
J.S.BACH - YO-YO MA
Gravadora:
Sony/BMG; Quanto: R$ 60 (duplo), em média
Composta quando Bach era mestre-de-capela da corte de Anhalt-Cöthen, entre 1717 e 1723, esta coleção de peças para violoncelo sintetiza os três objetivos do gênio alemão: servir seu pagador (a rigor, são danças palacianas), explorar possibilidades com espírito pedagogo (no caso, um instrumento emergente ao fim do século 17), e, por fim, desaguar sua inspiração em obras eternas. A sóbria interpretação de Yo-Yo Ma, captada em 1983, busca o aspecto poético das suítes, principalmente nas sarabandas (como a da "Suíte no. 3"), e extrai ouro da madeira.
POR QUE OUVIR: O virtuosismo de Ma atravessa páginas com senso de dever, imprimindo marcas suaves num conjunto incrível. Alinha-se a registros como os de Casals e Fournier. (MÁRVIO DOS ANJOS)

Pop
The Captain & The Kid
   
ELTON JOHN
Gravadora:
Universal Quanto: R$ 30, em média
A parceria continua. Com o "kid" Bernie Taupin imprimindo nostalgia dos velhos tempos nas letras, o "capitão" Elton John continua a linha inspirada e sincera que vem desde o belíssimo "Songs from the West Coast", passando por "Peachtree Road". Aqui a opção é por um sotaque por vezes country, com muito da "conquista da América" empreendida pelos parceiros nos anos 70, quando saíam do Reino Unido. O piano do cantor inglês continua lírico, pop, às vezes auto-referencial nas melodias, mas lapida jóias como "Postcards from Richard Nixon" e "The Bridge".
POR QUE OUVIR: Trata-se de um medalhão que já garantiu sua eternidade no pop, mas ainda ativo. Quando o mundo precisa de uma balada como "Wouldn't Have You Any Other Way (NYC)", a mais bela do álbum, é ele quem sabe fazer. (MA)

Erudito
Concertos em Ré Menor
   
BACH
Gravadora:
Atração Fonográfica; Quanto: R$ 30, em média
João Carlos Martins mostra suas facetas de solista e regente neste disco completamente dedicado a Bach. O CD resgata uma gravação do período em que ele ainda tocava piano, com os Solistas de Sofia, no concerto BWV 1052, e o traz ainda dirigindo a English Chamber Orchestra, no concerto para dois violinos e no concerto para violino e oboé. Há ainda três engenhosas transcrições do compositor contemporâneo Almeida Prado: "Jesus, Alegria dos Homens"; "Largo do Concerto em fá menor"; "Nós te louvamos, Senhor".
POR QUE OUVIR: A solidez técnica da English Chamber Orchestra garante o alto padrão de qualidade da iniciativa, e vale a pena conhecer o diálogo de devoção sincera de Almeida Prado com o universo bachiano. (IRINEU FRANCO PERPETUO)

MPB
Antonio Adolfo e Carol Saboya ao Vivo/Live
   
ANTONIO ADOLFO E CAROL SABOYA
Gravadora:
Kuarupl Quanto: R$ 25, em média
Este primeiro CD reunindo pai e filha é resultado de um show em Miami batizado de "Bossa Nova Forever". O que poderia ser um projeto pasteurizado para norte-americano ouvir se torna algo novo graças à capacidade de Adolfo -acompanhado de três músicos- de reinventar um repertório tão conhecido ("Canto de Ossanha", "Insensatez", "Wave", "Chovendo na Roseira" etc.) e à voz de Carol, que já foi utilizada na carreira em canções de pouca qualidade. A gravação de "Bonita" é um bom exemplo do que ela é capaz quando está em boa companhia.
POR QUE OUVIR: os arranjos de Adolfo dão às músicas -em especial as de Tom Jobim- a sua real dimensão, sem o pastiche do pop de elevador. (LFV)

Rock
Fast Man Raider Man
  
FRANK BLACK
Gravadora:
Deckdisc; Quanto: R$ 37 (duplo), em média
A cada novo disco que lança, Frank Black vai deixando para trás as expectativas criadas em torno de sua condição de ex-Pixies. Ou seja, não espere, neste novo CD, duplo, nenhum traço da genialidade de um músico que praticamente definiu a sonoridade das bandas de garagem dos anos 90. Com um time de heróis pessoais no estúdio, Black quer mais é levar uma tranqüila aposentadoria produtiva e sóbria. Como o excesso de canções -27- pode fazer supor, o disco tem aquela sonoridade típica de rock de pub, burocrático, regional e mais divertido para quem toca do que para quem ouve.
POR QUE OUVIR: com canções que oscilam entre o r&b, country e o rock, Black acorda, às vezes; não se trata de disco ruim, é apenas um álbum correto e bem tocado, porém tedioso. (BRUNO YUTAKA SAITO)

Pop
Por Que Não?
  
KELLY KEY
Gravadora:
Warner; Quanto: R$ 30, em média
Kelly Key é a nossa Beyoncé, a nossa Lily Allen, a nossa Fergie, a nossa Nelly Furtado. Kelly Key é bonita, é pop, mas falta: 1) um pouquinho de sacanagem nas letras e 2) produção. Enquanto as "Kelly Key de lá" se aproveitam das idéias de produtores como Timbaland, Neptunes e Jay-Z, a nossa Kelly Key se apóia em batidas e melodias claramente copiadas das cantoras acima. Há bons momentos, com canções que remetem ao funk, ao rap e ao pop eletrônico, como "Pegue e Puxe", "Demorô" e "Toda Linda". Mas falta... personalidade e há algumas letras açucaradas demais.
POR QUE OUVIR: há canções espertas, como "Shake Boom", em que encarna uma Missy Elliott, e "Me Pega de Jeito", em que ela nos avisa: "Atenção, mulher insatisfeita é um perigo". (THIAGO NEY)


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