São Paulo, quarta-feira, 20 de outubro de 2010

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Filarmônica da Radio France faz concerto hoje em São Paulo

Com regência de Myun-Whun Chung, orquestra tocará óperas de Weber, Beethoven e Chopin

Músicos também são embaixadores da Unicef e criam projetos de educação musical e concertos beneficentes

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Exemplo de orquestra empenhada em ações sociais e de educação, a Filarmônica da Radio France toca hoje na Sala São Paulo, na série da Sociedade de Cultura Artística, sob a batuta do coreano Myun-Whun Chung, 57, seu diretor musical desde 2000.
"Eles são os meus anjos, e não creio que você vá ver muitos regentes se referindo aos músicos da sua orquestra nesses termos", diz Chung.
"Hoje em dia, o nível técnico das orquestras é alto", diz.
"Há muita gente tocando bem. O difícil é essa combinação de qualidades humanas e musicais, e acho que esse é o nosso diferencial."
Empenhados em projetos de educação musical para jovens, Chung e seus comandados se tornaram, em 2007, embaixadores da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), com ações que incluem concertos beneficentes e viagens à África.
"Agradeço a meus músicos por empenharem tanto de seu tempo nesse tipo de iniciativa", diz. "Na área social, fazemos mais do que todas as orquestras francesas."

CARREIRA
Nascido em Seul, ele se projetou inicialmente como pianista, tocando em trio com as irmãs Kyung-Wha Chung (violino) e Myung-Wha Chung (violoncelo).
Na regência, projetou-se internacionalmente à frente da Ópera da Bastilha, em Paris, entre 1989 e 1994.
Seu período foi considerado artisticamente positivo, mas terminou com uma rumorosa crise, quando Hugues Gall, administrador da casa, demitiu-o de maneira ruidosa, impedindo sua entrada no prédio e trocando as chaves de seu escritório.
Um episódio que não o impediu de consolidar uma sólida carreira fonográfica, com discos lançados pelo selo Deutsche Grammophon.
Embora, na Europa, a Filarmônica da Radio France, fundada em 1937, tenha reputação por sua ligação com o repertório do século 20, em São Paulo executa um repertório tradicional, com a abertura da ópera "Der Freischütz", de Weber (1786-1826), e a "Sinfonia nº 5", de Beethoven (1770-1827).
"Foi uma obra determinante para que eu me tornasse regente", recorda.
Chung era estudante em Nova York quando foi ouvir a Quinta de Beethoven no Carnegie Hall, tocada pela Sinfônica de Londres, sob a batuta de Daniel Barenboim.
"Foi minha primeira experiência dessa obra com uma grande orquestra. Barenboim devia ter uns 23 anos.
Foi uma explosão sonora, como nunca tinha ouvido!"
Com a participação do pianista venezuelano Sergio Tiempo, 38, que deu recital solo por aqui em 2007, o programa terá o primeiro concerto para piano e orquestra de Chopin (1810-1849).
"Hoje em dia, toco pouco piano, mas, quando o faço, Chopin está sempre lá", diz Chung. "Ele é o compositor dos pianistas -como se fosse nossa propriedade."


FILARMÔNICA DA RADIO FRANCE
QUANDO hoje, às 21h
ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº, centro, tel. 0/xx/11/3258-3344)
QUANTO R$ 100 a R$ 230 (R$ 10 para estudantes até 30 anos, meia hora antes do concerto)
CLASSIFICAÇÃO livre




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