São Paulo, quinta-feira, 20 de outubro de 2011

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Grupo Os Satyros discute modernidade

"Cabaret Stravaganza", novo trabalho da companhia, mescla novas tecnologias e experiência pessoal dos atores

Espetáculo propõe debate reflexivo sobre a sensibilidade humana em tempos de invenções de ponta

GABRIELA MELLÃO
DE SÃO PAULO

Para o diretor do grupo Os Satyros, Rodolfo García Vázquez, sua nova criação, "Cabaret Stravaganza", "está mais para [o fundador da Apple] Steve Jobs do que para [o encenador experimental Jerzy] Grotowski".
A peça lança olhar crítico sobre o ser humano do século 21 e incorpora novas tecnologias como linguagem. A obra discute as implicações da vida transformada por carros, laptops, celulares, próteses e outras invenções. Foram cinco meses de criação, durante os quais Ivam Cabral, Cléo de Páris e outros dez atores transformaram vivências pessoais em cenas.
"Esse é o espetáculo mais íntimo e coletivo da história dos Satyros", diz o ator Fábio Penna. Como os demais, ele transforma no palco questões pessoais em performance.
A atriz Júlia Bobrow discute a falta de tempo do homem de hoje com um vídeo sobre um ritual de luto judaico gravado com sua mãe, sua avó e sua bisavó. "Não sabemos mais viver o luto", opina.
O espetáculo apresenta também o processo de transformação do corpo do iluminador da companhia, Leo Moreira, 53, que nasceu Lourdes Helena.
Ele vai passar por uma mastectomia durante a temporada, e a mudança é tema de conversas ao vivo com os espectadores. Quando se ausentar, participará em vídeo. A peça repisa uma das marcas do teatro de Vázquez: a economia de recursos não impede que se construa uma estética sofisticada. É o caso da tela móvel sobre a qual projeções instauram cenários. A pergunta a atravessar todos eles é a mesma: "O que se fez da sensibilidade humana?".

CABARET STRAVAGANZA
QUANDO qui. a sáb., às 21h; até 17/12
ONDE Espaço dos Satyros Um (pça. Roosevelt, 214; tel. 0/xx/11 3258-6345)
QUANTO R$ 20
CLASSIFICAÇÃO 16 anos


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