São Paulo, terça-feira, 20 de novembro de 2001

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NET CETERA

O dia em que Dave deu a volta por cima

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

O melhor "talk show" da TV dos EUA hoje em dia é o de David Letterman, aquele sujeito alto, com cara de coelho, diastema e que usa jaquetões improváveis e mocassim com meia branca.
Mas não é só isso. Seu site (www.cbs.com/latenight/lateshow) é tão divertido que tem até um programa próprio, exclusivo da web. Trata-se do "The Tony Mendez Show", um "talk show" dentro do "talk show" feito pelo cubano Tony "Inky" Mendez, 56.
Você conhece a figura. Ele é o sujeito meio calvo que escreve e segura os cartazes com as falas de David Letterman durante o programa. De vez em quando, o host pega no seu pé, como quando fica perguntando se ele arrumaria um jantar a dois com Fidel Castro ou falando da irmã de Mendez, que dança no Balé Nacional de Cuba.
Depois do dia 11 de setembro, para o bem e para o mal, David Letterman virou a referência do humor pós-ataque terrorista. Foi o primeiro a voltar ao ar, na terça seguinte, e deu o tom que depois foi seguido pelo resto da categoria. Hoje é tão respeitado e aplaudido nas ruas quanto um bombeiro nova-iorquino.
Nem sempre foi assim. Há mais de uma década, enquanto comandava o programa hoje tocado por Conan O'Brian na NBC, Letterman sonhava com o dia em que seu ídolo, o veterano Johnny Carson, finalmente se aposentaria, depois de mais de 30 anos ininterruptos no ar.
Seria o dia em que ele assumiria o cobiçado "The Tonight Show". O dia veio, Carson se aposentou e a emissora optou pelo então desconhecido Jay Leno. Letterman arrumou as malas na mesma hora e desembarcou na CBS, onde ainda está.
Nestes anos todos, o programa nunca conseguiu bater o de Leno em audiência, mas pelo menos era mais engraçado, mordaz e irônico. Até que deixou de ser. O auge da decadência de Letterman se deu na apresentação do Oscar de 1995, quando ele inventou aquela rotina de "Uma/Oprah" e ninguém achou graça.
Então, o destino bateu à sua porta: em 14 de janeiro de 2000, aos 52, ele sofreu um infarto que lhe valeu uma ponte quíntupla de safena. Ficou fora do ar por alguns meses e, desde que voltou, recuperou o bom (ou mau, no caso) humor, a audiência e virou o rei do fim da noite.
Quando visitar seu site, não deixe de entrar no subsite divertidíssimo das Top Ten Lists: www.cbs.com/latenight/lateshow/top-ten/index.shtml.

Esta coluna entra em férias hoje e volta em 1º de janeiro. Até lá!

sergiodavila@uol.com.br

www.uol.com.br/sergiodavila

MAIS TRÊS COISAS

1. Se o mé não vai à montanha...
Está cada vez mais forte na rede o movimento dos mussumanos, os adeptos de Mussum (1941-1994), o mais engraçado entre os quatro Trapalhões. O site oficial da seita está no www.mussum.hpg.ig.com.br/religiao/27/indexpri1.html. Lá você fica sabendo os Dez Mandamentos do Mé (o oitavo: "Sempre que puder, fique somente de cueca e meias"). Tem também o novo tradutor mussum/português: http://vacuo.com.ar/mussumgrapher.swf. Legalzis!

2. Vamos Nessie
Quer ser o primeiro a ver o Monstro do Lago Ness? O pessoal do Loch Ness Project colocou no ar uma webcam subaquática, no www.lochness.co.uk/livecam/.

3. O site da semana
www.idearo.com.br
Democrático e bem-feito, pega seu nome do esperanto (embora haja uma palavra similar em português, "ideário") e pretende ser um ponto de encontro de textos e pensamentos na rede. Boa idéia.



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