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São Paulo, quinta-feira, 20 de novembro de 2003

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"Oliveira não amaciou", afirma autor

DA REPORTAGEM LOCAL

Eles moram no Rio, já nutriam admiração mútua, mas não se conheciam. O escritor João Ubaldo Ribeiro, 62, e Domingos Oliveira, 67, encontram-se agora sob o mesmo teto na versão teatral de "A Casa dos Budas Ditosos".
"Eu fui criado, assim, muito católico e chego a ficar acanhado ao ouvir o meu próprio texto", diz Ribeiro, autor do romance.
Ele assistiu a um ensaio corrido da peça, ainda crua, e vem conferir a estréia em São Paulo.
Já teve outros livros adaptados para o palco, no Ceará e na Bahia. Elogia o recorte de Oliveira, que "não amaciou".
"O sexo é o tema mais moderno que existe. Dostoiévski não tem cena de sexo, Shakespeare não tem. É um assunto sobre o qual, não parece, mas se escreveu pouco", afirma Oliveira.
"É uma zona do comportamento humano intensíssima, mas que surge sempre sob a forma de pornografia, que é um mito da sociedade burguesa, da sociedade de consumo."
No monólogo, o diretor quer investir no tempo da filosofia, da psicologia que está em jogo. Descarta a caricatura, o excesso.
"A liberdade dessa personagem é tanta que eu a trato como a uma deusa. Ela vive intensamente sua própria libido. É uma pessoa que tem vocação para o sexo e a exerce com coragem", afirma Oliveira, para quem livro e peça estão aí para provocar. Ele diz que é mais uma das suas "peças libertárias", com temas tabus, como "Confissões de Adolescente", que tratou da sexualidade teen. (VS)


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