|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Moda ocupa centrão
26ª Casa de Criadores organiza desfile-passeata e leva evento para espaços públicos de São Paulo
A Casa de Criadores cresceu
e decidiu tomar conta da região
central de São Paulo. Com seis
dias de duração (o dobro das
edições anteriores), o evento
abre a temporada outono-inverno 2010 com uma "fashion
mob" -um desfile-passeata
aberto à participação de estilistas amadores e performers.
Até quarta, havia 150 grupos
inscritos, que mostrarão suas
criações e intervenções num
desfile organizado em blocos,
que sairá do largo do Arouche
às 14h30 do próximo domingo,
rumo ao parque da Luz.
Os participantes serão avaliados por um corpo de jurados
(os nomes serão mantidos em
sigilo pela organização), e o
grupo com melhor nota ganhará a chance de desfilar na próxima edição do evento. "Senti
que a moda brasileira precisava
de um acontecimento que desse oportunidade para qualquer
pessoa mostrar suas criações e
que fosse aberto ao público",
conta André Hidalgo, idealizador e diretor da Casa.
Além da "fashion mob" e dos
desfiles tradicionais, a programação da Casa de Criadores inclui uma série de palestras e debates, que serão realizados na
Pinacoteca do Estado.
Os temas dos encontros vão
da crítica de moda a assuntos
como reciclagem. "Descobrimos que a vocação do evento é,
cada vez mais, prestar serviço
ao público e aos estilistas, aproximar a moda da população por
meio da informação e de iniciativas que ocupem o espaço público da cidade", diz Hidalgo.
A maioria dos desfiles acontecerá, como nas últimas temporadas, no shopping Frei Caneca. Mas há exceções: na região central, a grife As Gêmeas
ocupará o parque da Luz, e Walério Araújo levará seu deboche
ao Museu da Língua Portuguesa; já a oNONO vai organizar
uma performance na galeria
Cartel 011, em Pinheiros.
Apesar do crescimento do line-up da Casa nesta 26ª edição
-em contraponto às demais
semanas de moda no mundo,
que estão enxugando os seus
calendários-, Hidalgo afirma
que não precisou aumentar
custos de produção. "Pensamos
grande, mas de forma criativa.
Conseguimos ampliar a visibilidade dos nossos desfiles sem
apelar para espetáculos caros e
cheios de ostentação", justifica.
É uma fase de boas mudanças para a Casa, que culmina os
esforços feitos nas últimas
temporadas para tirar o evento
da estagnação. Além de recuperar seu contato com as ruas -a
19ª edição aconteceu no vale do
Anhangabaú e no viaduto do
Chá, numa interação interessante com a cidade-, a Casa de
Criadores abriu também a sua
primeira loja coletiva, nos Jardins (al. Lorena, 1.682, esquina
com r. Haddock Lobo).
"O movimento está grande, e
só inauguramos há cerca de um
mês. É uma vitrine nobre, que
esses estilistas só conseguiram
por conta de nosso trabalho como grupo. Estamos todos orgulhosos", comemora Hidalgo.
com VIVIAN WHITEMAN
Texto Anterior: Pouco visitado, conjunto é valioso, afirma pintor Próximo Texto: Fast fashion Índice
|