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SAIBA MAIS
Hoje, imagens são vistas como espetáculo
DE SÃO PAULO
Em "Ligeiramente Fora
de Foco", Robert Capa diz
que, em novembro de
1942, havia 22 correspondentes de guerra credenciados em Argel e dez
quartos de hotel reservados para eles. "Agora, em
agosto de 1943, havia cerca de 150 correspondentes
credenciados e ainda os
mesmos dez quartos."
O relato é indicativo da
evolução da própria cobertura "Até a metade da
guerra, há uma espontaneidade maior. O fotógrafo
faz um simples registro documental do que vê, sem
grandes paixões", analisa
o pesquisador Rubens Fernandes Jr., professor de fotografia da Faap.
"No fim, eles passam a
buscar imagens que tenham também uma narrativa. Quando a vitória já é
anunciada, você passa a
ter um registro épico", diz.
É nesse registro que se
incluem as fotos de Capa.
"A série do desembarque
do Dia D é quase um cinema, cada imagem abre
uma sequência na nossa
cabeça. Você praticamente imagina como o soldado
vai atacar o inimigo."
Passado mais de meio
século, o que mudou, para
Fernandes, foi não só a facilidade técnica de se tirar
uma foto, mas também o
próprio sentido de espetáculo. "Hoje, o fotógrafo
busca uma imagem capaz
de promover um espetáculo para a mídia. Naquele
momento, não havia essa
intenção", diz.
A Guerra do Iraque foi,
segundo o professor, preparada para o show visual.
"É quase Copacabana em
31 de dezembro, com fogos
coloridos no céu. Com isso, se desfaz o efeito de espanto e de horror.
(APS)
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