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Performance literária homenageia Roberto Bolaño
Mistura de teatro com palestra, programa inspirado no romance "2666" reúne escritores de língua espanhola na Balada Literária
MARCO RODRIGO ALMEIDA
DE SÃO PAULO
Frequentador de eventos
literários, o escritor espanhol
Marc Caellas revela uma opinião que muitos devem compartilhar em silêncio: tais encontros podem ser, vez por
outra, muito chatos.
Por isso, quando há dois
anos iniciou o projeto em homenagem ao escritor chileno
Roberto Bolaño (1953-2003),
tentou escapar do formato de
uma palestra tradicional.
Criou o que define como
"mesa-redonda de ficção".
Caellas convidou os amigos
escritores Leo Campos, José
Tomás Angola (ambos da Venezuela), Jorge Carrión (Espanha) e Margarita Posada
(Colômbia) para interpretar a
primeira parte do romance
"2666", livro de Bolaño.
O resultado estreou na Colômbia em 2008, com o título
"Los Críticos También Lloran". Chega hoje a São Paulo,
às 20h30, integrando a programação da Balada Literária. Na segunda, segue para o
Rio de Janeiro (Instituto Cervantes de Botafogo, às 19h).
Mais difícil do que trabalhar o denso texto de Bolaño
foi convencer os escritores a
toparem o projeto. Tirando
Caellas, que já dirigiu seis peças, nenhum deles tinha experiência teatral.
"Mas expliquei a eles que
queria algo mais improvisado, não uma peça de verdade. Dizia sempre: não atuem,
sejam vocês mesmos."
O diretor procurou reforçar justamente as semelhanças entre o texto e seus "atores", já que os livros de Bolaño são povoados por personagens do mundo das letras.
No caso "2666", são quatro
críticos literários.
De formato simples (os escritores ficam sentados enquanto falam o texto), a performance não encontrou dificuldades para viajar para
eventos literários de outros
países, como Espanha ou
mesmo a Suécia, onde eles se
apresentaram para uma comunidade de chilenos.
A resposta do público foi
tão positiva que fundaram o
grupo Companhia Estável de
Mesas-Redondas Literárias.
O próximo projeto dos escritores abordará a explosão
da literatura latino-americana nas décadas de 60 e 70,
com textos de Julio Cortázar
(1914-1984) e Jorge Luis Borges (1899-1986), entre outros.
LOS CRÍTICOS
TAMBIÉN LLORAN
QUANDO hoje, às 20h30
ONDE teatro da Vila (r. Jericó, 256;
tel.0/xx/11/3032-3448
QUANTO grátis
CLASSIFICAÇÃO livre
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