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EXPOSIÇÃO
Mostra comemora os cem anos do hospital
Juquery revela o seu outro lado
ALVARO MACHADO
especial para a Folha
O Hospital Psiquiátrico do
Juquery, em Franco da Rocha
(50 minutos do centro de São
Paulo) não encerra apenas as
cenas de alienados mentais arrastando-se por pátios.
Desde 1985 funciona no complexo o ateliê aberto de arte
Museu Osório César, originário de uma escola de arte que o
médico, crítico e ativista político Osório César (1895-1980)
manteve entre os anos 50 e 70.
Para a Secretaria de Estado da
Saúde, responsável pelo Complexo Juquery, e para o Sesc-SP,
uma exposição -a partir de
hoje no hall do teatro Sesc
Pompéia, em São Paulo-, com
90 obras produzidas nessa escola/museu, é a melhor forma
de comemorar os cem anos do
Juquery, inaugurado em 1898.
A curadoria é de Maria Heloísa Corrêa de Toledo Ferraz, cuja tese de doutorado sobre o tema foi publicada este ano. Segundo ela, "o museu reúne
mais de 5.000 obras, entre pinturas, desenhos etc., trabalhadas com inventividade".
Osório César, que correspondeu-se com Freud, já colecionava arte produzida por alienados na década de 30, quando
passou a colaborar com os modernistas paulistas. Em 1942
viajou à Rússia com a pintora
Tarsila do Amaral. Na volta ao
Brasil o casal foi encarcerado.
Na fase da escola de arte do
Juquery dos anos 50/70, Osório
teve a colaboração de artistas
como Maria Leontina e Niobe
Xandó. Em 1950, levou trabalhos para a Exposição Internacional de Arte Psicopatológica,
em Paris. Atualmente o museu
é orientado por funcionários.
²
Mostra: Juquery: Encontros com a Arte
Onde: saguão do teatro Sesc Pompéia
(r. Clélia, 93, tel. 011/3871-7777)
Quando: de terça a sábado, das 13 às
20h; domingos e feriados, das 10h às
18h (até 31 de dezembro)
Quanto: entrada franca
Patrocinadores: Jansen-Cilag
Laboratórios e Furp
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