IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Três festejadas bandas do circuito de rock alternativo de São Paulo sobem hoje ao palco para um lançamento triplo de CDs. São elas Forgotten Boys, Lava e Tor. Os shows acontecem no clube Tramp, próximo à Fnac de Pinheiros, a R$ 10.
Lava é uma banda de garotas que está lançando seu primeiro CD, chamado "La Motocyclette". No baixo está a ex-Pin Ups Alê.
Tor é o projeto solo do vocalista da banda psycho-punk-horror Zumbis do Espaço. Seu CD anterior trazia clássicos do country e rockabilly, sem esquecer umas palhetadas de Ramones. O novo, "Forgotten Blues", segue a linha.
Já os Forgotten Boys lançam seu terceiro disco, "Gimme More". Na estrada há quatro anos, tocando por prazer e a troco de quase nada, o Forgotten está entre as mais agressivas bandas do circuito paulistano, ao lado de nomes como Thee Butchers" Orchestra.
Eles têm fãs: recentemente uma garota de Santos tatuou o nome da banda no corpo. Ganhou entradas grátis para todos os shows do grupo até o fim da vida.
Formada por, às vezes três, às vezes quatro rapazes entre 25 e 28 anos, a banda executa um punk rock seriamente influenciado por Iggy Pop. O ponto alto dos shows, além das canções próprias, costuma ser a versão podreira de "Search and Destroy" (Stooges). Também ouvem New York Dolls, Stones, Ramones e Motorhead.
O novo disco, "Gimme More", entretanto, mostra uma possível mudança da banda em direção ao hard rock. "Estamos mais pesados, mas continuamos cantando músicas pop", diz o guitarrista e cantor Gustavo Riviera, 25.
Os carros-chefes do CD são as selvagens "Musketeer" e "Cumm On". Mas há mais. Em "Diesel", uma gaita sola no lugar da guitarra, criando um efeito inesperado. "Don't Bother me" é uma canção Forgotten clássica, punk de doer.
E, para os enamorados, "Just Our Eyes" mostra que os roqueiros também choram. "My life is empty", canta Riviera na balada.
O Forgotten Boys parece ter incorporado Guns N'Roses ao punk de sempre. Mas espera aí! Guns N" Roses? Eles não são odiados por essa turma alternativa?
"É. Pega mal, né?", concorda Riviera. "Falar de Guns N"Roses e Motley Crue não está na moda. Pega mal, mas para a gente pega bem." Vai encarar?