São Paulo, quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

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Crítica

O que faz a verdade, o real, de um filme?

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"A Sombra do Vampiro" (Telecine Cult, 1h15) é a recriação hipotética do que foram as filmagens do "Nosferatu", sendo que o filme de Murnau é do começo dos anos 20, enquanto "A Sombra" é do começo dos 2000.
O que se observa no filme de E. Elias Mehrige é a maneira como o ator Max Schreck (Willem Dafoe) encarna o terrível vampiro: com uma dedicação que o leva além da imitação. Que o leva à, digamos, "verdade do personagem". Mas que verdade é essa? A de um vampiro! Eis o rolo armado.
A questão que Mehrige agita é bem contemporânea: o que faz a verdade de um filme? O que pode nos levar a crer nas imagens que temos diante de nossos olhos? Por que hoje o documentário -em princípio um gênero secundário, porque fácil- parece ter mais importância do que a ficção? Talvez porque a ficção pareça ao espectador meramente fictícia (leia-se falsa). E como não ser? Eis aí todo um programa estético. Chegar ao real não é fácil.


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