São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Tony Gordon moderniza repertório dos anos 70 em SP

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cantor cult de black music na noite de São Paulo, Tony Gordon faz neste final de semana seus últimos shows do ano no Bourbon Street, onde vem se apresentando com regularidade nos últimos dois meses.
Com uma banda formada pelos teclados de Ricardo Crein, pela bateria de Samuel Fraga e pelo contrabaixo de David Rangel, Gordon faz uma apresentação essencialmente dançante, com característica de entretenimento, incluindo hits como "Kiss", "On Broadway", "Change The World" e "Feel Good".
"É um resgate de repertório dos anos 60 e 70, trazido para a linguagem de hoje", explica.
"Embora as músicas não sejam autorais, os arranjos são. A gente pega uma música antiga e faz com a nossa cara." Irmão da cantora Izzy Gordon, Tony vem de família musical. Seu pai, Dave Gordon, é um cantor que nasceu na Guiana e veio para o Brasil na adolescência, a convite de Djalma Ferreira, fazendo, na noite de São Paulo e do Rio, shows que mesclavam música caribenha e ritmos brasileiros. A mãe é Denise Duran, irmã da mítica cantora e compositora carioca Dolores Duran (1930-1959).
Seu universo estético, contudo, passa bem distante da fossa e dor-de-cotovelo das canções da tia ilustre. O clima dos shows de Tony Gordon é de festa, reforçado, atualmente, pela vontade de seu público cativo de matar as saudades do cantor.
Tony é um daqueles nomes da noite paulistana que têm uma platéia fixa -a cada show, pelo menos um terço das pessoas é formada por seu público fiel.
Esse público ficou "órfão" do cantor nos seis meses de 2007 que ele passou nos Estados Unidos. Uma experiência que o músico não faz a mínima questão de glamourizar.
"Por lá, eles são receptivos com brasileiros, mas fazendo música brasileira. Se você chega por lá fazendo o som deles, é complicado", conta. "O público americano foi bastante receptivo, mas o meio musical, não."
Tony resolveu, então, voltar para São Paulo para retomar uma rotina de shows em casas noturnas e eventos fechados que lhe garante uma média de quatro apresentações semanais. A gravação de um CD é uma idéia constante, mas ainda não materializada.
"Entrar em estúdio para vender disco é uma coisa; para fazer um trabalho que passa informação cultural é outra", diz.
"O problema é que, quando você grava um CD, cria-se um rótulo e, se ele não é aceito, você não é mais chamado para shows, não trabalha." Mas é claro que a idéia de ter o trabalho registrado não desagrada.
"A idéia é pegar um show bacana e gravar, e, se for o caso, transformar em CD ou DVD."


TONY GORDON
Quando:
sex. e sáb., às 23h30
Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, São Paulo, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 38


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