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Tony Gordon moderniza repertório dos anos 70 em SP
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cantor cult de black music na
noite de São Paulo, Tony Gordon faz neste final de semana
seus últimos shows do ano no
Bourbon Street, onde vem se
apresentando com regularidade nos últimos dois meses.
Com uma banda formada pelos teclados de Ricardo Crein,
pela bateria de Samuel Fraga e
pelo contrabaixo de David Rangel, Gordon faz uma apresentação essencialmente dançante,
com característica de entretenimento, incluindo hits como
"Kiss", "On Broadway", "Change The World" e "Feel Good".
"É um resgate de repertório
dos anos 60 e 70, trazido para a
linguagem de hoje", explica.
"Embora as músicas não sejam
autorais, os arranjos são. A gente pega uma música antiga e faz
com a nossa cara."
Irmão da cantora Izzy Gordon, Tony vem de família musical. Seu pai, Dave Gordon, é um
cantor que nasceu na Guiana e
veio para o Brasil na adolescência, a convite de Djalma Ferreira, fazendo, na noite de São
Paulo e do Rio, shows que mesclavam música caribenha e ritmos brasileiros. A mãe é Denise
Duran, irmã da mítica cantora e
compositora carioca Dolores
Duran (1930-1959).
Seu universo estético, contudo, passa bem distante da fossa
e dor-de-cotovelo das canções
da tia ilustre. O clima dos shows
de Tony Gordon é de festa, reforçado, atualmente, pela vontade de seu público cativo de
matar as saudades do cantor.
Tony é um daqueles nomes da
noite paulistana que têm uma
platéia fixa -a cada show, pelo
menos um terço das pessoas é
formada por seu público fiel.
Esse público ficou "órfão" do
cantor nos seis meses de 2007
que ele passou nos Estados
Unidos. Uma experiência que o
músico não faz a mínima questão de glamourizar.
"Por lá, eles são receptivos
com brasileiros, mas fazendo
música brasileira. Se você chega por lá fazendo o som deles, é
complicado", conta. "O público
americano foi bastante receptivo, mas o meio musical, não."
Tony resolveu, então, voltar
para São Paulo para retomar
uma rotina de shows em casas
noturnas e eventos fechados
que lhe garante uma média de
quatro apresentações semanais. A gravação de um CD é
uma idéia constante, mas ainda
não materializada.
"Entrar em estúdio para vender disco é uma coisa; para fazer um trabalho que passa informação cultural é outra", diz.
"O problema é que, quando você grava um CD, cria-se um rótulo e, se ele não é aceito, você
não é mais chamado para
shows, não trabalha." Mas é
claro que a idéia de ter o trabalho registrado não desagrada.
"A idéia é pegar um show bacana e gravar, e, se for o caso,
transformar em CD ou DVD."
TONY GORDON
Quando: sex. e sáb., às 23h30
Onde: Bourbon Street Music Club (r. dos Chanés, 127, São Paulo, tel. 0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 38
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