São Paulo, quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

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Controle afeta arte e futebol, afirma Ramos

DA REPORTAGEM LOCAL

Nuno Ramos é torcedor do Santos e um amante do futebol, em especial daquele que se praticava com engenho e arte no Brasil de meados da década de 50 ao final da de 70 -quando éramos, em suas palavras, uma espécie de Grécia do esporte bretão. O artista é interlocutor de José Miguel Wisnik num livro sobre futebol e cultura que o crítico, músico e professor da USP promete para breve.
Ramos considera, no entanto, que o futebol em nossos tempos chegou a uma encruzilhada. "Anabolizado ao máximo pelas táticas e pelo preparo físico, o jogo vem mudando um pouco de figura, atenuando seus componentes anárquicos e tendendo à exacerbação de seus aspectos mais previsíveis. No fundo, o desafio aqui é o mesmo da arte. Disfarçada de permissiva, vivemos uma época obsessiva pelo controle, ainda que o nome do controle, muitas vezes, seja obediência tática, desempenho, pró-atividade, boa administração."
Ele gostaria de ver recobrado o "acesso ao demônio do jogo que a morna circulação da bola de pé em pé, à Parreira, parece querer impedir". De toda forma, diz, "o saudosismo não é a resposta; como disse o Wilson Batista num samba famoso, "Meu Mundo é Hoje". O jogo está sendo jogado e (acredito que o Zé Miguel concordaria comigo) as chances de vitória são muitas". (MAG)


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