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MODA
Após mostrar peças em papel, estilista continua refletindo processo criativo
Jum Nakao troca desfile por lançamento de livro-DVD
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
O que determina o valor de uma
idéia? Foi essa a pergunta que inspirou Jum Nakao a quebrar o protocolo mais uma vez ontem na 18ª
São Paulo Fashion Week.
Na última temporada, Nakao
chocou e comoveu o público do
evento ao apresentar peças finamente trabalhadas em papel vegetal que foram rasgadas pelas próprias modelos ao final do desfile,
destruindo o principal objeto de
desejo fashion. Desta vez, o estilista optou por trocar as luzes e o
glamour de um desfile pelo lançamento do livro-DVD "A Costura
do Invisível" (editora Senac, R$
100) no porão da Bienal.
"Aquela destruição foi apenas o
começo de uma discussão de limites e de um processo de reflexão sobre o processo criativo. Estou num processo mais qualitativo do que quantitativo", explica.
"A Costura do Invisível" -o livro e o documentário dirigido por
Kiko Araújo- nasceu 25 dias antes do desfile de Nakao em junho
de 2004. "Jum estava em crise
com o mercado da moda. Tinha
dificuldades em conciliar criação
e venda, uma temporada após outra", conta Araújo. Daí surgiu a
idéia de desvirtuar os materiais
comuns das passarelas e criar
uma coleção que tivesse no conceito e nas formas -e não nos cifrões acumulados nas lojas- seu
sentido maior.
Com o livro e o documentário,
Nakao desfia a saga corajosa de
desfile de roupas de papel que desafiou os códigos das passarelas e
arrancou críticas e lágrimas de
fashionistas e jornalistas.
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