São Paulo, segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

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Crítica

"Maria" está longe de ser obra religiosa

PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O mundo, segundo Abel Ferrara, é uma lástima. Assim sendo, é preciso se apegar a algo, ter uma fé, acreditar, como o policial de "Vício Frenético" -ele acredita que até mesmo as drogas possam levá-lo a algum lugar.
É sobre essa fé que trata "Maria" (TC Cult, 22h). Temos Marie (Juliette Binoche), que atua num longa como Maria Madalena e decide largar tudo. Há o diretor do filme, que é um oportunista, mas que acredita piamente em sua criação.
E ainda há Ted (Forest Whitaker), que em nada acredita, inclusive cometendo gestos bocado discutíveis (como trair a mulher grávida).
Será neste cético Ted, apresentador de TV que nem no trabalho põe muita fé, que o longa terá especial atenção.
Longe de ser uma obra religiosa (o filme até renega a religião como verdade única), "Maria" mostra um homem diante de um mundo inacreditável e gritando por socorro, em franco desespero. Um grande filme, feito por cineasta com muita fé na imagem.


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