UOL


São Paulo, sexta-feira, 21 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POPLOAD

O cartel indie, os Transistors e os "Plagialistas"

Divulgação
GISELE DE NOVO O que era zoeira de estilista indie já virou moda; camisetas com a frase "Transei com a Gisele", da grife Just Another Rich Kid, são bastante vistas nas baladas de Nova York

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

É curioso ver gravadoras com respeitável suporte como a Abril Music (lar de Gal Costa, Titãs, Rita Lee e Capital Inicial) fecharem as portas culpando crise e pirataria quando, mais no andar de baixo da produção musical brasileira, a coisa anda para a frente.
As gravadoras indie Bizarre (SP), Monstro Discos (GO) e Midsummer Madness (RJ) alinhavaram interessante parceria de ajuda mútua para dar conta da forte movimentação da cena independente.
Nasceu o Cartel, junção dos esforços do trio produtor para melhor distribuir, divulgar e comercializar os discos indies de forma coordenada.
Um dos mais novos produtos a serem propagados pelo cartel é o disco da banda paulistana Transistors, do selo Bizarre.
O grupo, com os dois pés fincados nos anos 60, está lançando o álbum "In Transfuzzion", 14 músicas caprichadas que foram gravadas entre 2000 e 2001 e agora vêm à tona.
Dá para pegar a banda em seu elogiado show neste sábado no DJ Club, em São Paulo, na noite Sound (al. Franca, 241, Jardins). E ver como a banda vai da psicodelia dos Mutantes à sujeira dos Stooges em segundos.

Polêmica
O Carnaval brasileiro está ameaçado. Você leu aqui, colunas atrás, que a Bahia vai ser assolada pelo hit tribalista "Já Sei Namorar", sucesso nas baladas pré-carnavalescas de Salvador nos formatos axé, samba, MPB, jazz, xaxado, punk, drum'n'bass, tech-house...
Vai ser assolada, na verdade, se os Tribalistas conseguirem se safar da pesada acusação de plágio feita por representantes legais do grupo americano Sly & the Family Stone, do malucão Sly Stone, um dos papas da música negra norte-americana nos anos 70 e hoje um tanto caído.
Segundo consta, os Tribalistas teriam copiado o antigo sucesso "Family Affair".
Esta coluna baixou as duas músicas na internet e nem achou tão semelhantes assim, no geral. Mas a questão é melódica, em um dos trechos, onde há sim um parentesco evidente no embalo do "tchurururururu", refrãozinho entoado por Marisa Monte.
Pensa. Se o Coldplay é decantada cópia do Radiohead, os Strokes imitam descaradamente o Velvet Underground, White Stripes força a mão no Jon Spencer, Interpol é Joy Division deslavado e LS Jack parece Jota Quest, por que os Tribalistas não podem pegar emprestado do Sly & the Family Stone e tudo bem?

lucio@uol.com.br


Texto Anterior: Mônica Bergamo
Próximo Texto: Tim jazz festival: White Stripes lidera lista das bandas mais desejadas
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.