São Paulo, segunda, 21 de abril de 1997.

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GASTRONOMIA
O evento traz 12 oportunidades para saborear vinhos de sete países, champanhe francês e charutos
Degustação é destaque do Boa Mesa 97

CRISTIANA COUTO
especial para a Folha

Degustação não é para quem sabe, mas para quem quer. No Boa Mesa 97, evento gastronômico que começa na quinta-feira, em São Paulo, há espaço para aqueles que desejam saborear um bom vinho ou comer foie gras e nunca tiveram oportunidade. Ou coragem.
"A única maneira de conhecer um vinho é participando de um grupo de degustação", diz Ciro Lilla, um amante de vinhos há mais de 30 anos. "Não sei por que as pessoas são inseguras quanto ao vinho. Para um filé, todo mundo tem opinião."
Lilla participa do Boa Mesa com uma "degustação orientada" sobre vinhos Cabernet Sauvignon. Serão 12 opções de degustações durante quatro dias (ver quadro ao lado), das 13h30 às 21h50.
A maratona gastronômica passa por sessões com vinhos italianos, champanhe, presuntos italianos, frios especiais, queijos franceses, charutos e foie gras (fígado de pato ou de ganso superalimentados).
As degustações fazem parte de um pacote mínimo de três atividades, que custa R$ 175. Quem quiser sessão extra pagará mais R$ 70.
Entre os encontros, há oportunidades raras, como a apreciação das seis safras mais famosas de Graham's, o melhor vinho do Porto do pós-guerra (1945).
Outra sessão disputada é a dos vinhos Cabernet Sauvignon, de Lilla. Serão comparados os sabores de sete grandes vinhos, de sete países, com destaque para o tradicional francês Château Mouton Rothschild 89 (R$ 480 a garrafa).
Haverá também uma sessão especial, de "Grandes Vinhos da Borgonha", comandada pelo crítico gastronômico Saul Galvão, para 40 participantes.
As personalidades que comandarão o evento têm um sabor à parte. Lá estarão desde produtores, como o francês Bruno Castaign (dono da tradicional empresa de foie gras Castaign), e profissionais, como o enólogo da casa Chandon no Brasil, Philippe Mével, até amantes da boa mesa, como o jornalista Renato Machado.
Um dos objetivos dessas sessões é desmitificar a idéia de que, para apreciar um bom vinho ou charuto, é preciso ter paladar especial.
"Um paladar amador provavelmente vai gostar do mesmo vinho de boa qualidade que o apreciado pelo profissional", explica Lilla.
Beto Ranieri, que fará a degustação de charutos, tem a mesma opinião. "Só se conhece um bom charuto experimentando."
Mas uma introdução teórica aos leigos ajuda. Explicar o processo de confecção de um charuto, por exemplo, auxilia o participante a identificar se um charuto está ou não bem conservado.
Saber escolher a degustação é aconselhável. Ainda que o champanhe seja um segundo processamento do vinho, a diferença entre eles é grande. "O gás carbônico existente pode atrapalhar o paladar", explica Philippe Mével.

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