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GASTRONOMIA
O evento traz 12 oportunidades para saborear vinhos de sete países, champanhe francês e charutos
Degustação é destaque do Boa Mesa 97
CRISTIANA COUTO
especial para a Folha
Degustação não é para quem sabe, mas para quem quer. No Boa
Mesa 97, evento gastronômico que
começa na quinta-feira, em São
Paulo, há espaço para aqueles que
desejam saborear um bom vinho
ou comer foie gras e nunca tiveram
oportunidade. Ou coragem.
"A única maneira de conhecer
um vinho é participando de um
grupo de degustação", diz Ciro Lilla, um amante de vinhos há mais
de 30 anos. "Não sei por que as
pessoas são inseguras quanto ao
vinho. Para um filé, todo mundo
tem opinião."
Lilla participa do Boa Mesa com
uma "degustação orientada" sobre vinhos Cabernet Sauvignon.
Serão 12 opções de degustações
durante quatro dias (ver quadro ao
lado), das 13h30 às 21h50.
A maratona gastronômica passa
por sessões com vinhos italianos,
champanhe, presuntos italianos,
frios especiais, queijos franceses,
charutos e foie gras (fígado de pato
ou de ganso superalimentados).
As degustações fazem parte de
um pacote mínimo de três atividades, que custa R$ 175. Quem quiser
sessão extra pagará mais R$ 70.
Entre os encontros, há oportunidades raras, como a apreciação das
seis safras mais famosas de Graham's, o melhor vinho do Porto do
pós-guerra (1945).
Outra sessão disputada é a dos
vinhos Cabernet Sauvignon, de Lilla. Serão comparados os sabores
de sete grandes vinhos, de sete países, com destaque para o tradicional francês Château Mouton
Rothschild 89 (R$ 480 a garrafa).
Haverá também uma sessão especial, de "Grandes Vinhos da
Borgonha", comandada pelo crítico gastronômico Saul Galvão,
para 40 participantes.
As personalidades que comandarão o evento têm um sabor à
parte. Lá estarão desde produtores, como o francês Bruno Castaign (dono da tradicional empresa de foie gras Castaign), e profissionais, como o enólogo da casa
Chandon no Brasil, Philippe Mével, até amantes da boa mesa, como o jornalista Renato Machado.
Um dos objetivos dessas sessões
é desmitificar a idéia de que, para
apreciar um bom vinho ou charuto, é preciso ter paladar especial.
"Um paladar amador provavelmente vai gostar do mesmo vinho
de boa qualidade que o apreciado
pelo profissional", explica Lilla.
Beto Ranieri, que fará a degustação de charutos, tem a mesma opinião. "Só se conhece um bom charuto experimentando."
Mas uma introdução teórica aos
leigos ajuda. Explicar o processo
de confecção de um charuto, por
exemplo, auxilia o participante a
identificar se um charuto está ou
não bem conservado.
Saber escolher a degustação é
aconselhável. Ainda que o champanhe seja um segundo processamento do vinho, a diferença entre
eles é grande. "O gás carbônico
existente pode atrapalhar o paladar", explica Philippe Mével.
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