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RUÍDO
Djavan, 55, decreta independência total
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao fundar sua gravadora,
Luanda Records, o alagoano Djavan torna-se o primeiro
artista do primeiro escalão da
música popular brasileira a se
descolar completamente da
grande indústria fonográfica.
Maria Bethânia foi pioneira no
rompimento com as grandes
multinacionais -foi para a independente Biscoito Fino. Tornou-se praxe da grande indústria renegociar para menos contratos de artistas de ponta.
Depois de Bethânia, intensificou-se entre artistas que não
aderiram à renegociação uma
diáspora para gravadoras menores (exemplos de Gal Costa e
Martinho da Vila) ou selos próprios apenas distribuídos pelas
grandes (Arnaldo Antunes, Fernanda Abreu).
O caso de Djavan é diferente.
Ele pediu rescisão de contrato
com a Sony Music, após 22 anos
de vínculo com a casa. Contatada pela Folha, a gravadora não
comentou o assunto.
O artista montou equipe com
sua empresária, Mara Rabello, e
assessores de promoção, vendas
e distribuição -aí está a novidade de seu caso. Edson Coelho,
ex-executivo da área de marketing da Universal (e atuante na
explosão da axé music), é outro
egresso da grande indústria incorporado à empreitada.
A exemplo da Sony, Djavan
manda dizer que ainda não é hora de falar sobre sua gravadora.
Mas lançará em julho o álbum
"Vaidade", seu primeiro produto. E pretende, adiante, editar
também discos feitos por outros
artistas.
O NÃO-LANÇAMENTO
Era um estouro de vendagens nos anos 80. No auge
do sucesso, A Turma do Balão Mágico gravou disco
com estrelas como Djavan e
Roberto Carlos, seus colegas
de CBS (hoje Sony). O rei,
aliás, foi na época ultrapassado em vendagens pelo
grupo infantil que cantava
versões e bobagens ("Baile
dos Passarinhos", "A Galinha Magricela"), mas também, como no caso deste "A
Turma do Balão Mágico"
(82), releituras pop de Ary
Barroso ("Upa, Upa, Meu
Trolinho"), João de Barro
("Tem Gato na Tuba") e
Wilson Batista ("Cowboy do
Amor"). A Sony relançou
em CD o álbum de duetos e
até fez um DVD a partir dele.
Mas parou por aí.
POLVOROSA
A indústria fonográfica local
alimenta rumores sobre
presumida contratação
iminente do executivo Marcos
Maynard, ex-Universal e ex-Abril Music, para a presidência
da EMI. De perfil comercial
agressivo, Maynard nega. A
EMI não se pronuncia.
LEGIÃO VERSUS LEGIÃO
A irmã de Renato Russo,
Carmem Manfredini, luta na
mesma EMI para lançar uma
nova versão do álbum
póstumo recém-editado "As
Quatro Estações - Ao Vivo".
"Aquele que saiu não nos
satisfez de modo nenhum,
cortaram 90% das falas de
Renato", diz ela.
CHICO NA CAIXA
A BMG nega que esteja
inativa no departamento de
caixas de CDs: promete lançar
em junho, em comemoração
dos 60 anos de Chico Buarque,
caixa com sua obra completa
de 1987 até hoje. Serão 12 CDs e
dois DVDs, supervisionados
pelo empresário de Chico,
Vinícius França, e pelo
departamento de marketing
estratégico da gravadora.
TITÃS GRATUITOS
A BMG e o site iMusica
(www.imusica.com.br)
cedem para audição gratuita
"Provas de Amor", dos Titãs, e
"Consumado", do ex-titã
Arnaldo Antunes. Mas é
provisório: a promoção vai até
o dia 25 e tem prazo de
validade de 15 dias.
FAMÍLIA ESPÍNDOLA
No ambiente independente,
a família matogrossense
Espíndola (Tetê, Alzira, Celito,
Geraldo, Humberto, Jerry,
Sérgio) se reúne pela primeira
vez num CD em conjunto,
"Espíndola Canta".
A GLOBO E A MÚSICA
O faturamento bruto da Som
Livre, gravadora da Globo, e de
seu site na internet diminuiu
30% de 2002 para 2003: caiu de
R$ 133 milhões para R$ 93,1
milhões. Sem elenco fixo de
artistas, a Som Livre veicula
principalmente CDs das trilhas
sonoras das novelas da Globo.
O disco de "Celebridade" só
recebeu até hoje da Associação
Brasileira dos Produtores de
Discos o certificado de 100 mil
cópias vendidas.
psanches@folhasp.com.br
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