DA REDAÇÃO

Pouco de sabe sobre a vida pessoal ou o passado de Pascal Arbez, nome do produtor Vitalic. O "mistério" gera curiosidades, mas ele ganhou fama mesmo com sua particular e saborosa mistura de electro e tecno, que pôde ser vista no Brasil em 2002. Ele retorna agora ao país.
Vitalic toca hoje num ambiente fechado, na festa Technova, no clube Lov.e, em São Paulo, e amanhã em festa do núcleo Circuito, local bem menos intimista, às margens da represa Billings, em São Bernardo do Campo.
Nascido na Ucrânia, Vitalic só se apresenta em live PA -em que toca suas músicas "ao vivo"; recria as canções na hora. Ele é o autor de alguns dos maiores sucessos de electro-tecno dos últimos tempos, como "La Rock 01" e "Poney", que freqüentou sets de DJs díspares como Sven Vath, 2Many DJ's e Mauro Picotto.
Vitalic, 28, terminou a produção de seu novo disco. "Tive alguns problemas contratuais com gravadoras, então só estará nas lojas em janeiro do ano que vem. Mas vou lançar alguns singles antes disso", disse.
No final dos anos 80, Vitalic mudou-se para Berlim, onde, dizem, trabalhou como michê e modelo. Mais tarde, em 1994, já na França, iniciou a produção de música. "Quando era adolescente, gostava bastante de Jean-Michel Jarre. Ele é bem popular em todas as ex-repúblicas soviéticas; suas músicas estão em vários comerciais de TV."
Vitalic ficou estabelecido em Dijon, um dos principais pólos franceses de eletrônica. "Na França, os principais lugares para ouvir boa música eletrônica são Paris, Montpellier e Dijon."
De lá para cá, lançou single e EPs por selos como o alemão International Deejay Gigolo, do DJ Hell, e seu nome passou a ser conhecido por quem freqüenta clubes de tecno na Europa.

Novos caminhos
Em seu novo álbum, o ucraniano afirma ter partido de suas produções anteriores para tentar seguir uma nova direção. "É um disco bem "Vitalic'", diz. "É basicamente um álbum para a pista. Queria colocar algo no disco mais experimental, mas não intelectual, com novos elementos."
"Mas é um disco com várias perspectivas. Não vejo como lançar um disco apenas para ser ouvido na pista. É um álbum melódico e fácil de ouvir", descreve.
Vitalic critica os produtores de electro, que se aproveitaram do crescimento do estilo em todo o mundo e, segundo ele, não "fazem mais nada de novo".
"Eu não faço música pensando no passado, se é tecno ou electro. O problema é que os produtores de electro não tentam novos caminhos, apenas reciclam o que já passou. Alguns, como Hacker, tentam buscar novos elementos, mas a maioria é muito preguiçosa. É mais fácil dessa forma. Eu mesmo nunca fui muito fã de electro. Prefiro disco music e rock and roll."