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Ópera de
Nino Rota
tem cenas
de cinema
JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL
"O Chapéu de Palha de Florença", do italiano Nino Rota
(1911-1979), é em muitos planos uma ópera engenhosa. Engraçada, com cenas curtas que
lembram os cortes cinematográficos, musicalmente bonita
e magistralmente bem escrita
para orquestra, coro e vozes, ela
está no Teatro Municipal -foi
encenada no último sábado e
volta ao palco hoje.
Rota é conhecido por suas
trilhas sonoras. Escreveu 163
para o cinema e o teatro. Foi
parceiro de Federico Fellini.
Compôs também para Franco
Zeffirelli, Luchino Visconti e
Francis Ford Coppola.
Mas Rota não foi um compositor para o cinema com eventuais incursões na ópera. Ele
dirigiu o conservatório de Bari
e é autor de tratados de harmonia e contraponto. Tem em seu
catálogo dez óperas, três sinfonias e muita música de câmara.
A idéia de escrever "Chapéu..." nasceu nos anos 30. Ele
redigiu o libreto com sua mãe,
Ernesta Rota Rinaldi, a partir
de uma comédia do francês Eugène Labiche (1815-1888), em
que a sucessão de imprevistos
cômicos mereceu pela primeira
vez o nome de "vaudeville". O
enredo gerou filme de René
Clair, em 1927.
A história é simples. Ferdinand (Luciano Botelho) está
para se casar com Elena (Edna
D"Oliveira). Mas, ao passar pelo
Bois de Boulogne, o cavalo dele
come o chapéu de palha de
Anaïde (Sylvia Klein), que vivia
uma aventura extraconjugal.
Pois bem: Anaïde não pode
voltar para casa sem seu chapéu, sob o risco de o marido
descobrir o adultério. É preciso
encontrar chapéu igualzinho
durante a ópera, que tem direção cênica de João Malatian.
O CHAPÉU DE PALHA DE FLORENÇA
Quando: hoje e nos dias 23 e 25, às
20h30, e no dia 27, às 17h
Onde: Teatro Municipal (pça. Ramos
de Azevedo, s/nš, tel. 0/xx/11/3222-8698)
Quanto: de R$ 10 a R$ 40
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