Em livro, ações e atitudes do guitarrista dos Stones são comparadas à sabedoria de nomes como Nietzsche e Aristóteles

Autora norte-americana de "O que Keith Richards Faria em Seu Lugar?" diz que a obra não serve apenas aos que gostam de rock

DA REPORTAGEM LOCAL

"O que Keith Richards Faria em Seu Lugar?" é um livro para ser colocado não somente nas prateleiras dedicadas à literatura de rock, mas nos espaços de autoajuda, competindo com bambambãs do gênero, como William Young, Randal D. Hauser e padre Fábio de Melo.
É o que afirma a norte-americana Jessica Pallington West, autora da obra. Fã dos Rolling Stones há "tempos", ela diz que o público-alvo do livro não são os roqueiros, mas "qualquer um que enfrente problemas". E por que utilizar Keith Richards como alicerce para dar conselhos de vida?
"Bem, ele sempre se meteu em situações difíceis, e todos sempre pensamos que ele não conseguiria sair, que iria morrer. Mas ele sobreviveu. Claro, fazem piadas com ele, é engraçado, mas Keith sempre foi uma pessoa esperta, inteligente. Além de ser um dos caras mais "cool" do rock."
Tentando dar um ar sério, profundo ao livro, West elabora situações como perda de emprego, problemas com amigos ou familiares, e usa frases e entrevistas ditas por Richards como conselhos para resolver essas questões. No primeiro capítulo do livro, há os "26 mandamentos de Keith Richards". Um deles: Saia de dentro da própria cabeça e permita-se sentir.
Entra Richards: "Aí vai uma do Ronnie [Wood, outro guitarrista dos Stones]: "Às vezes tenho a sensação de que milhares de pessoas estão olhando para mim. Eu sou paranoico?" Se você pensasse demais nisso, acabaria ficando paralisado".
Em "Afirmações para o Dia a Dia", encontramos sábios ensinamentos de Keith para lidar com várias situações. Como as vantagens de sermos verdadeiro: "Não quero ninguém pensando que vale a pena espionar meu jardim, achando que vai descobrir alguma coisa que não saberia me perguntando".
Mas talvez a melhor e mais engraçada parte do livro seja o capítulo em que Keith Richards encontra grandes filósofos. Nietzsche já disse: "Aquele que tem um "por que" viver é capaz de suportar qualquer "como'". Richards encontra outras palavras: "Eu tenho que viver comigo... E me seguiria a qualquer lugar". (TN)