São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011 |
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Prêmio em Cannes não garante público Filmes que vencem o festival têm espaço garantido na imprensa, mas nem sempre fazem grandes bilheterias "Tio Boonmee", que ganhou a Palma de Ouro em 2010, arrecadou só US$ 1 milhão, mas foi sucesso na França ANA PAULA SOUSA ENVIADA ESPECIAL A CANNES Que Cannes é um negócio e tanto para as empresas que atrelam sua marca ao festival e para os grandes filmes que têm no tapete vermelho uma plataforma de lançamento, todos sabem. O que nem todo mundo sabe é o quanto a cobiçada Palma de Ouro, que será entregue amanhã no Palais des Festivals, se reverte em dinheiro, nas bilheterias. Um ano depois do prêmio entregue a "Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas", a pergunta "quanto vale a Palma?" foi ouvida com frequência na avenida Croisette. É que a produção do tailandês Apichatpong Weerasethakul arrecadou, no mundo, cerca US$ 1 milhão (R$ 1,6 milhão), valor insignificante para o mercado de cinema. No Brasil, o filme fez 180 mil espectadores. Na França, foi visto por 128 mil pessoas. "Pode parecer pouco, mas é cinco vezes mais do que qualquer outro filme do Apichatpong já fez na França", observa o distribuidor francês Philipe Legrand. E a França é, ao lado do Japão, o país que mais valoriza a Palma de Ouro. No país, os títulos que passaram pela competição de Cannes -e não só os que obtiveram o prêmio máximo- tendem a ser a sensação da "rentrée", na volta das férias de agosto. Os norte-americanos, por sua vez, tendem a dar pouca importância ao que acontece no festival francês. SUCESSOS O único ganhador da Palma de Ouro, na última década, que estourou nos cinemas dos EUA foi "Fahrenheit 9/11", de Michael Moore. O segundo filme mais bem sucedido em termos comerciais foi "O Pianista", de Roman Polanski (ver quadro). Já "Dançando no Escuro", que deu a Palma ao agora "persona non grata" Lars von Trier, teve lançamento de filme de arte nos Estados Unidos. O que o salvou foi a boa média de espectadores em diversos países. COBIÇADOS "A primeira coisa que a Palma faz com um filme é mudar a distribuição dele no mundo", diz Jonathan Taylor que, em 2010, adquiriu os direitos de "Tio Boonmee" para alguns mercados pequenos. "Só consegui ficar com o filme porque o havia comprado antes do anúncio do resultado. Mesmo um filme assim, se ganha a Palma, muita gente quer comprar." E isso acontece porque, com a Palma de Cannes carimbada no pôster, o filme ganha uma chancela crítica e tem, além disso, espaço praticamente garantido na imprensa. Texto Anterior: Acervo Folha traz início, altos e baixos do cinema brasileiro Próximo Texto: Bilheteria das Palmas de Ouro Índice | Comunicar Erros |
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