São Paulo, sábado, 21 de maio de 2011 |
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Quarteto Emerson toca hoje em São Paulo Dois anos depois de passar pela cidade, grupo de cordas apresentará célebre obra composta por Beethoven Fundado em 1976, o conjunto foi batizado em homenagem ao escritor americano Ralph Waldo Emerson IRINEU FRANCO PERPETUO COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Dois anos depois de conquistar a Sala São Paulo com performances intensas e refinadas, o Quarteto Emerson volta à cidade na série da Sociedade de Cultura Artística, para executar o que o grupo chama de "Hamlet" de seu gênero: o "Quarteto op. 131", de Beethoven (1770-1827). "Os últimos quartetos de cordas de Beethoven são o "Hamlet" ou o "Rei Lear" da música de câmara", compara o violinista Philip Setzer. A alusão a Shakespeare não chega a surpreender, já que Setzer é membro de um grupo que foi batizado em homenagem a um literato -o escritor Ralph Waldo Emerson (1803-1882). Quebrando a praxe em quartetos de cordas, o Emerson (criado em 1976, ano do bicentenário da independência de seu país, os EUA) não tem um "spalla" (primeiro violino, posição de liderança que tradicionalmente se defronta com a escrita mais difícil). Setzer se alterna na função com o violinista Eugene Drucker. "Gene e eu tocamos juntos há mais de 40 anos", conta Setzer. "Nós começamos a nos revezar como "spalla" naquela época e não paramos." "É como uma companhia de teatro ter atores que podem interpretar tanto o protagonista quanto o coadjuvante. Dividimos o repertório principal entre nós há muito tempo e nunca chegou a haver disputa", diz o violinista. Ao lado de Lawrence Dutton (viola) e David Finckel (violoncelo), eles executam o quarteto de Beethoven em suas duas apresentações paulistanas. Hoje, o programa é complementado pelo quinto quarteto de Mendelssohn (1809-1847) e pelo sexto de Bartók (1881-1945), enquanto amanhã o repertório traz Mozart (1756-1791), "Quarteto em Dó Maior", e Chostakóvitch ("Quarteto n. 8"). Além de não ter um "spalla" fixo, outra particularidade do Emerson é que seus membros -à exceção de David Finckel- tocam de pé. "Tocamos sentados por 25 anos, até que nosso violoncelista, em um quarteto de Haydn, sugeriu que nos levantássemos, pois a parte do primeiro violino era bastante virtuosística", diz Seltzer. "Mais longe do chão, ouve-se melhor as vozes, o som dos instrumentos tem uma mescla melhor, e visualmente também é melhor." Ele também acrescenta que é por isso que, em geral, "nos concertos, os solistas se apresentam de pé, e, em uma ópera, a coisa mais difícil para o cantor é cantar deitado ou sentado". QUARTETO EMERSON QUANDO hoje e amanhã, 21h ONDE Sala São Paulo (pça. Júlio Prestes, s/nº; tel. 0/xx/11/3258-3344) QUANTO R$ 70 a R$ 140 CLASSIFICAÇÃO livre Texto Anterior: Drauzio Varella: O ataque à camareira Índice | Comunicar Erros |
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