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FILMES
TV PAGA
Comédia registra beleza de trio de atores
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
A maior glória de Ivan Reitman não vem dos filmes que
dirigiu, mas de suas primeiras e
modestas produções, em particular "Calafrios" (1975) e "Enraivecida - Na Fúria do Sexo" (1977),
magnificamente dirigidos por seu
amigo David Cronenberg.
Ambos continuaram amigos,
mas, se Cronenberg desenvolveu
uma carreira autoral que o coloca
entre os maiores cineastas contemporâneos, Reitman virou um
artesão hollywoodiano que, vez
por outra, faz algo aceitável.
Nessa categoria encontra-se
"Perigosamente Juntos". Nesse
filme de 1986, Daryl Hannah é a
bela filha de um artista plástico,
acusada de roubar um trabalho
do próprio pai, que morrera anos
antes. O belo Robert Redford é
encarregado de acusá-la, enquanto a bela Debra Winger tem por
função defendê-la.
Não será nenhuma inconfidência dizer que Debra e Redford se
apaixonam ao longo da história, a
exemplo do que costumava acontecer com os rivais de sexo diferente das comédias dos anos 30/
40: isso é evidente quase que desde o letreiro. Como as coisas vão
acontecer é o que importa.
As fraquezas do filme são inúmeras. Daryl, a garota desajustada, não raro parece estar lá apenas
para atrapalhar a evolução da trama que, no mais, atira em várias
direções. Não lhe falta nem um lado "Fantasma da Ópera".
A qualidade maior vem da beleza dos atores e do jogo de sedução
entre eles, que -embora imperfeito- usa muito bem seus tipos
físicos. Redford é sedutor porque
é (além de ser um promotor de
destaque). Daryl tem uma beleza
agressiva, que a credencia a levar
um homem para a cama ao primeiro contato. Já Debra tem uma
beleza tipo "girl next door", e é
por seu caráter, humor e charme
que um homem pode ficar caído.
De todo modo, são todos muito
belos. E talvez esteja longe de ser
um atributo secundário do cinema a capacidade de captar e reter
a frágil beleza dos humanos.
PERIGOSAMENTE JUNTOS. Quando:
hoje, às 18h05, no Telecine Happy.
TV ABERTA
"Psicopata Americano" ironiza hábitos oitentistas
O Cálice Sagrado
SBT, 15h45.
(The Silver Chalice). EUA, 54, 150 min.
Direção: Victor Saville. Com Paul
Newman, Pier Angeli, Virginia Mayo.
Estréia de Newman no cinema, como o
escultor grego vendido como escravo a
Roma e que, entre um amor e outro,
esculpe o cálice que Jesus usou na Santa
Ceia. Épico religioso cujo maior milagre é
que a carreira de Newman tenha
sobrevivido a ele. P&B.
Psicopata Americano
Globo, 23h.
(American Psycho). EUA, 2000, 97 min.
Direção: Mary Harron. Com Christian
Bale, Willen Dafoe. A vida de um yuppie
de Wall Street, anos 80, seus hábitos
extravagantes, machismo empedernido
e progressiva tendência à loucura. Um
tipo diferente de psicopata, em filme que
fez certo fuá quando de seu lançamento.
Ninguém É Perfeito
SBT, 23h45.
(Flawless). EUA, 99, 112 min. Direção:
Joel Schumacher. Com Robert de Niro,
Philip Seymour Hoffman. De Niro,
policial homofóbico, sofre um derrame.
Adivinha quem cuidará dele na hora
difícil. Enfim, um De Niro de pantufas,
como tem sido frequente, aliás. Inédito.
Até que o Dinheiro nos Separe
SBT, 1h05.
(Sour Grapes). EUA, 98, 91 min. Direção:
Larry David. Com Steven Weber, Craig
Bierko. Depois de perder todo seu
dinheiro na jogatina, em Atlantic City,
Bierko pede uma moeda ao primo Weber
para jogar numa máquina. Ganha. Agora
a questão é: quem fica com a grana?
A Magia de Emmanuelle
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle's Magic). França, 92, 90
min. Direção: Francis Leroi. Com Sylvia
Kristel, Marcella Walerstein. Uma das
várias tentativas tardias de ressuscitar
Emmanuelle (Kristel), que aqui ajuda
uma amiga a recuperar o marido. Ora, se
Emmanuelle tinha um encanto, era a
capacidade de tirar o marido dos outros,
não o de devolvê-lo.
O Homem Certo
Globo, 2h45.
(Making Mr. Right). EUA, 87, 95 min.
Direção: Susan Seidelman. Com John
Malkovich, Ann Magnuson. Especialista
em marketing apaixona-se pelo robô
sem graça que ela deveria colocar no
mercado (e que tem a cara e o jeito de
seu criador). A modéstia em pessoa.
Fiquemos com "O Homem Errado", de
Hitchcock.
Ed e Sua Mãe Morta
SBT, 2h50.
(Ed and His Dead Mother). EUA, 92, 91
min. Direção: Jonathan Wacks. Com Ned
Beatty, Steve Buscemi. Um vendedor
aparece na loja do tristonho Ed e propõe
vender-lhe um kit capaz de ressuscitar e
manter viva sua mãe. Dá certo, mas não a
ponto de evitar que ela se comporte de
maneira estranha o bastante para
justificar o rótulo de comédia.
(IA)
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