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São Paulo, sábado, 21 de junho de 2003

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FILMES

TV PAGA

Comédia registra beleza de trio de atores

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

A maior glória de Ivan Reitman não vem dos filmes que dirigiu, mas de suas primeiras e modestas produções, em particular "Calafrios" (1975) e "Enraivecida - Na Fúria do Sexo" (1977), magnificamente dirigidos por seu amigo David Cronenberg.
Ambos continuaram amigos, mas, se Cronenberg desenvolveu uma carreira autoral que o coloca entre os maiores cineastas contemporâneos, Reitman virou um artesão hollywoodiano que, vez por outra, faz algo aceitável.
Nessa categoria encontra-se "Perigosamente Juntos". Nesse filme de 1986, Daryl Hannah é a bela filha de um artista plástico, acusada de roubar um trabalho do próprio pai, que morrera anos antes. O belo Robert Redford é encarregado de acusá-la, enquanto a bela Debra Winger tem por função defendê-la.
Não será nenhuma inconfidência dizer que Debra e Redford se apaixonam ao longo da história, a exemplo do que costumava acontecer com os rivais de sexo diferente das comédias dos anos 30/ 40: isso é evidente quase que desde o letreiro. Como as coisas vão acontecer é o que importa.
As fraquezas do filme são inúmeras. Daryl, a garota desajustada, não raro parece estar lá apenas para atrapalhar a evolução da trama que, no mais, atira em várias direções. Não lhe falta nem um lado "Fantasma da Ópera".
A qualidade maior vem da beleza dos atores e do jogo de sedução entre eles, que -embora imperfeito- usa muito bem seus tipos físicos. Redford é sedutor porque é (além de ser um promotor de destaque). Daryl tem uma beleza agressiva, que a credencia a levar um homem para a cama ao primeiro contato. Já Debra tem uma beleza tipo "girl next door", e é por seu caráter, humor e charme que um homem pode ficar caído.
De todo modo, são todos muito belos. E talvez esteja longe de ser um atributo secundário do cinema a capacidade de captar e reter a frágil beleza dos humanos.


PERIGOSAMENTE JUNTOS. Quando: hoje, às 18h05, no Telecine Happy.


TV ABERTA

"Psicopata Americano" ironiza hábitos oitentistas

O Cálice Sagrado
SBT, 15h45.
(The Silver Chalice). EUA, 54, 150 min. Direção: Victor Saville. Com Paul Newman, Pier Angeli, Virginia Mayo. Estréia de Newman no cinema, como o escultor grego vendido como escravo a Roma e que, entre um amor e outro, esculpe o cálice que Jesus usou na Santa Ceia. Épico religioso cujo maior milagre é que a carreira de Newman tenha sobrevivido a ele. P&B.

Psicopata Americano
Globo, 23h.
(American Psycho). EUA, 2000, 97 min. Direção: Mary Harron. Com Christian Bale, Willen Dafoe. A vida de um yuppie de Wall Street, anos 80, seus hábitos extravagantes, machismo empedernido e progressiva tendência à loucura. Um tipo diferente de psicopata, em filme que fez certo fuá quando de seu lançamento.

Ninguém É Perfeito
SBT, 23h45.
(Flawless). EUA, 99, 112 min. Direção: Joel Schumacher. Com Robert de Niro, Philip Seymour Hoffman. De Niro, policial homofóbico, sofre um derrame. Adivinha quem cuidará dele na hora difícil. Enfim, um De Niro de pantufas, como tem sido frequente, aliás. Inédito.

Até que o Dinheiro nos Separe
SBT, 1h05.
(Sour Grapes). EUA, 98, 91 min. Direção: Larry David. Com Steven Weber, Craig Bierko. Depois de perder todo seu dinheiro na jogatina, em Atlantic City, Bierko pede uma moeda ao primo Weber para jogar numa máquina. Ganha. Agora a questão é: quem fica com a grana?

A Magia de Emmanuelle
Bandeirantes, 2h.
(Emmanuelle's Magic). França, 92, 90 min. Direção: Francis Leroi. Com Sylvia Kristel, Marcella Walerstein. Uma das várias tentativas tardias de ressuscitar Emmanuelle (Kristel), que aqui ajuda uma amiga a recuperar o marido. Ora, se Emmanuelle tinha um encanto, era a capacidade de tirar o marido dos outros, não o de devolvê-lo.

O Homem Certo
Globo, 2h45.
(Making Mr. Right). EUA, 87, 95 min. Direção: Susan Seidelman. Com John Malkovich, Ann Magnuson. Especialista em marketing apaixona-se pelo robô sem graça que ela deveria colocar no mercado (e que tem a cara e o jeito de seu criador). A modéstia em pessoa. Fiquemos com "O Homem Errado", de Hitchcock.

Ed e Sua Mãe Morta
SBT, 2h50.
(Ed and His Dead Mother). EUA, 92, 91 min. Direção: Jonathan Wacks. Com Ned Beatty, Steve Buscemi. Um vendedor aparece na loja do tristonho Ed e propõe vender-lhe um kit capaz de ressuscitar e manter viva sua mãe. Dá certo, mas não a ponto de evitar que ela se comporte de maneira estranha o bastante para justificar o rótulo de comédia. (IA)


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