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FILMES
DOCUMENTÁRIO
Filme convida a ver o avesso da rica cidade
SILVANA ARANTES
DA REPORTAGEM LOCAL
A câmera passeia pelo comércio
requintado de São Paulo. A voz
sobreposta às imagens informa
que a cidade é a terceira do mundo em número de vendas de automóveis Ferrari.
Após essa breve introdução na
opulência, o documentário "Universo Paralelo" (que a rede SescSenac exibe hoje) segue para o Capão Redondo. O cenário da periferia da capital paulista e a rotina
de quem vive nela são os aspectos
com os quais o filme convida o espectador a se familiarizar, olhando-os pelo ponto de vista de um
conhecedor.
É o rapper Cobra, integrante do
grupo Conexão do Morro e co-autor deste "Universo Paralelo",
com Maurício e Teresa Eça, quem
serve de mestre-de-cerimônias.
Em diversos momentos, o filme
opta por um tom cru, impiedoso.
Por exemplo quando, num bate-papo, Cobra e o amigo Jeffinho
enumeram assassinatos ocorridos na região e descrevem a visão
dos cadáveres de pessoas com
quem conviviam.
Com sua aparente dessensibilização à brutalidade, "Universo
Paralelo" parece arriscar uma tradução na linguagem cinematográfica da idéia da banalização do
mal como tragédia moral (e coletiva) do nosso tempo. A impressão é reforçada quando Jeffinho
volta à cena, tragicamente.
Mas há também instantes de
descontração, embora não desacompanhados da sombra da violência. É o caso do relato de Cobra
sobre sua estabanada tentativa de
entrar no mundo do crime (com
um assalto) e a conclusão de que
não possuía talento para prosperar na malandragem.
O orgulho da identidade obtida
na carreira de rapper é ponto comum entre o co-diretor e outros
músicos ouvidos no documentário, todo entremeado por clipes.
Num dos clipes, nota-se a presença (muda) do expoente Mano
Brown, dos Racionais MCs, cujo
"Diário de um Detento" ilustra o
currículo de Maurício Eça.
UNIVERSO PARALELO. Quando: hoje
(18h), amanhã (14h), dia 23 (18h30) e dia
24 (1h), na rede SescSenac.
Programa de filmes "B"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
No que aparenta ser seu
estranho atalho para a autodestruição, o Telecine Classic propõe sessões duplas
de faroeste com George
Montgomery e Audie
Murphy. O primeiro, um
caubói pouco significativo.
O segundo, o bom rapaz
por excelência, sujeito sempre exemplar nas telas e fora delas (antes de astro de
cinema foi herói de guerra).
Hoje temos "A Voz do
Sangue" (20h40), com
Montgomery, e "Onde Impera a Traição" (22h), com
Murphy. É um programa
duplo só com filmes "B", a
rigor. No caso de "Onde
Impera a Traição", o filme
recebe a assinatura ilustre
de Don Siegel, na direção.
Mas ninguém se anime
muito: a figura dominante é
mesmo Audie. E o pistoleiro do bem que interpreta
chama-se Silver Kid. Dá pra
levar a sério?
FILMES
Os Três Mosqueteiros
SBT, 14h30.
(The Three Musketeers). EUA, 1993, 105
min. Direção: Stepehn Herek. Com
Charlie Sheen, Kiefer Sutherland.
D'Artagnan junta-se aos outros três
mosqueteiros para proteger o rei Luís 13
das intrigas do cardeal Richelieu. Não é
uma das principais versões do livro de
Alexandre Dumas, mas é mais que nada.
Tudo por Amor
Globo, 15h40.
(Dying Young). EUA, 1991, 111 min.
Direção: Joel Schumacher. Com Julia
Roberts, Campbell Scott. Enfermeira vai
cuidar de jovem milionário com
leucemia. Tentativa de reviver o tipo
consagrado por Roberts em "Uma Linda
Mulher" (boa samaritana boa de cama).
Alta Pressão
Globo, 22h25.
(Escape under Pressure). EUA, 1999, 105
min. Direção: Jean Pellerin. Com Rob
Lowe, Larissa Miller. Caça ao tesouro
envolvendo, sobretudo, uma professora
ambiciosa e um colecionador
inescrupuloso. Pouco a esperar.
Purple Rain
SBT, 1h55.
EUA, 1984, 113 min. Direção: Albert
Magnoli. Com Prince, Apollonia Kotero.
Os problemas pessoais de um jovem
roqueiro, a interferência desses
problemas na sua carreira, o
descobrimento do amor, o sucesso. Nada
foge muito ao figurino neste filme em
que Prince é o que importa.
Intercine
Globo, 2h25.
Abre a semana o filme "Darkman
-°Vingança sem Rosto" (1990, dirigido
por Sam Raimi, com Liam Neeson,
Frances McDormand), sobre um cientista
que sofre um atentado e, com o rosto
desfigurado, vai em busca de vingança.
Benny e Joon - Corações em Conflito
Globo, 3h55.
(Benny & Joon). EUA, 1993, 98 min.
Direção: Jeremiah S. Chechik. Com
Johnny Depp, Mary Stuart Masterson,
Aidan Quinn, Julianne Moore. Garota
com sérios problemas emocionais ganha
no pôquer Sam, estranho jovem
fascinado pelos comediantes do cinema
mudo. Um desses projetos estranhos, em
que só Johnny Depp tem coragem de
embarcar. Aqui, o mais elogiado é sua
recriação dos reis da comédia muda,
como Buster Keaton e Chaplin. Vale uma
espiada (até porque o elenco tem outros
nomes a reter).
Duas Ovelhas Negras
SBT, 4h.
(Freebie and the Bean). EUA, 1974, 113
min. Direção: Richard Rush. Com Alan
Arkin, James Caan. Aventuras e
desventuras cômicas de dois detetives, o
mexicano Bean (Arkin) e o americano
Freebie (Caan), em comédia levada por
realizador que está muito longe da
indignidade e teve, ao longo de sua
carreira, alguns momentos muito altos.
O elenco é de nível. Vale conferir. Só para
São Paulo.
(IA)
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