São Paulo, sexta-feira, 21 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice CDs MPB Ao Vivo     FERNANDA PORTO Gravadora: EMI; Quanto: R$ 30, em média A sanha das releituras gera resultados diversos, como mostra este projeto ao vivo de Fernanda Porto, cantora e música de formação clássica que abraçou o pop. Se ela comprova o acerto da versão de "Roda Viva", casando a estrutura circular da canção de Chico Buarque aos efeitos repetidos do drum'n'bass, por outro lado destrói "Sampa", passando um trator axeletrônico pelas sutilezas de Caetano Veloso. Outra de Caetano, "Desde que o Samba É Samba", não ganha nada com a canja de Daniela Mercury, mas o CD se salva com, entre outras, a boa receita de maracatu com cordas de "Baque Virado", o reggae heterodoxo "Simples", o toque caribenho no lindo "Samba a Dois", de Marcelo Camelo, e o sambalanço à século 21 "Sambassim". Para quem prefere, o DVD tem cinco músicas a mais. POR QUE OUVIR: O trigo supera o joio nessa mistura de sambas e canções com a agressividade pop. (LUIZ FERNANDO VIANNA) MPB Solo in Rio - 1959      LUIZ BONFÁ Gravadora: MCD; Quanto: R$ 30, em média Lançado nos Estados Unidos com o título "O Violão de Luiz Bonfá", o histórico disco traz 31 faixas (sendo 14 delas inéditas), constituindo 70 minutos em que o violonista que fez a transição entre o samba canção e a bossa nova improvisa, dedilha e até canta (de maneira caracteristicamente frágil) algumas de suas mais conhecidas composições, como a inevitável "Manhã de Carnaval" (que aparece aqui em duas versões), "Samba de Orfeu" (pela primeira vez em disco na versão para violão solo) e "Perdido de Amor", além de standards como "Night and Day", de Cole Porter, e "Tenderly" (Gross/Lawrence), mostrando toque leve, imaginação harmônica e curiosas imitações da sonoridade dos instrumentos de percussão. POR QUE OUVIR: Uma contribuição decisiva para o catálogo de CDs escandalosamente magro de um dos principais violonistas populares brasileiros do século 20, aluno do grande Isaías Savio. (IRINEU FRANCO PERPETUO) Instrumental Percussão Experimental Brasileira     BATUCAJÉ Gravadora: Mundo Melhor; Quanto: R$ 23, em média Os batuqueiros Simone Soul, Robertinho Silva e Jadna Zimmermann se reuniram neste projeto, que conta ainda com a participação do multiinstrumentista Alfredo Bello, o DJ Tudo. O trio explora a sonoridade de diversos instrumentos de percussão em boas composições, que mesclam recursos eletrônicos a referências de ritmos como maracatu, samba, samba-de-roda, reggae e dub, entre outros. A energia dos batuques dá uma idéia de que, ao vivo, o encontro deve funcionar ainda melhor. POR QUE OUVIR: Robertinho Silva e Simone Soul são representantes de duas talentosas gerações de percussionistas, e a parceria com um DJ reforça as possibilidades de explorar sons orgânicos e sintéticos. Destaque para o sambão "Ginga Simone" e a inspirada embolada que encerra o CD, "Batucajé". (ADRIANA FERREIRA SILVA) Eletrônica UR BR Club Series Vol. 2 - Paradise     GEORGE ACTV Gravadora: URBR; Quanto: R$ 32, em média Após o disco "Sunday Away", George ACTV coloca outro de seus projetos de after hour em CD. Este "Paradise", nome da noite/dia que promove semanalmente no clube paulistano D-Edge, traz 20 faixas de produtores brasileiros. O disco alterna momentos de pista com batidas mais introspectivas, e é aí que entra a boa mão do DJ: ele vai da house ao tecno, com algumas pitadas de electro, com oscilações mínimas. Mais do que um apanhado de músicas, é o tipo de CD que ganha pelo conjunto. Dá para deixar tocando sem medo. POR QUE OUVIR: O álbum é equilibrado, mas algumas faixas se destacam, como "Critical Error" (do projeto LP01) e "Sub03" (Einstein on the Beach), duas cheias de nuances, além das encorpadas "Drive In" (Click Box) e "Transparency Always Wins" (Mondino). (THIAGO NEY) Texto Anterior: Crítica/rock: "Pacote" visita encarnações de Pink Floyd Próximo Texto: Carlos Heitor Cony Índice

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