São Paulo, segunda-feira, 21 de agosto de 2000


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Seminário lembra "pensamento radical" do crítico Mário Pedrosa

DA REPORTAGEM LOCAL

Começa hoje em São Paulo um seminário sobre o homem que definiu a arte como "o exercício experimental da liberdade".
"Mário Pedrosa e o Brasil" é o nome do evento que pretende decompor as duas principais áreas de atuação do intelectual: a crítica de arte e a atuação política.
"Mário Pedrosa tinha uma inteligência luminosa e uma grande originalidade de atitudes", diz Antonio Candido. O crítico literário é um dos palestrantes de hoje. O autor de "Formação da Literatura Brasileira" vai falar sobre a influência de Pedrosa na esquerda brasileira nos anos 40.
"Nos anos 20, ele foi do Partido Comunista Brasileiro, depois passou para a oposição trotskista. Mais para frente, virou socialista independente", resume Candido.
"Pedrosa foi um militante político durante toda a sua vida", diz Zilah Wendel Abramo, vice-presidente da Fundação Perseu Abramo, instituição que organiza o seminário em parceria com a Universidade Estadual Paulista. "Ele assinou a ficha de inscrição número 1 do Partido dos Trabalhadores", diz Abramo.
Toda essa trajetória política do intelectual nascido há cem anos em Pernambuco e criado entre a Paraíba e a Suíça será discutida na quarta, último dia do evento.
Antes, em uma mesa-redonda amanhã, será debatida sua atuação como crítico de arte, função na qual é considerado um dos pioneiros do Brasil. De acordo com Otilia Arantes, que coordena a mesa, Pedrosa teve a primeira coluna de artes plásticas na imprensa brasileira, no jornal "Correio da Manhã", em 1947.
Em prefácio ao livro "Política das Artes", primeiro dos quatro volumes de textos de Pedrosa que a professora organizou para a Edusp, Arantes salienta que o crítico "foi o primeiro a estimular a arte abstrata no Brasil".
O seminário "Mário Pedrosa e o Brasil" faz parte do ciclo "Pensamento Radical", projeto de Antonio Candido para a Fundação Perseu Abramo. Já foram discutidas as obras do historiador Sérgio Buarque de Hollanda, do sociólogo Florestan Fernandes e do economista Celso Furtado. (CEM)


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