São Paulo, sexta, 21 de agosto de 1998

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POLÊMICA
Pinacoteca cede parte de sua área no Ibirapuera e resolve questão
MAC e Bienal acertam seus espaços no pavilhão

CELSO FIORAVANTE
da Reportagem Local

Terminou o conflito que envolvia a USP, mantenedora do Museu de Arte Contemporânea (MAC), e a Fundação Bienal.
A Bienal poderá ficar com o espaço do MAC no terceiro andar do pavilhão da Bienal não apenas entre outubro e dezembro, quando acontece a 24ª edição do evento, como também nas próximas edições. O acordo foi possível porque a Pinacoteca cedeu parte de sua área no Ibirapuera ao MAC e isso viabilizou as mostras já programadas do museu.
"Não há ganhadores ou perdedores nessa disputa", disse Julio Landmann, presidente da Bienal, que adiantou à Folha detalhes da negociação. "O acordo definitivo ainda vai ser negociado em detalhes, mas existe um protocolo que garante à Bienal o espaço para o evento a cada dois anos e ao MAC todo o espaço climatizado ou mesmo todo o terceiro andar do pavilhão", disse.
O espaço do MAC será ocupado com obras de Tarsila do Amaral, Alfredo Volpi, Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Beatriz Milhazes e Nelson Uchoa. "A mostra prevista para o local apresenta várias coincidências que indicavam para esse acordo: boa parte das obras vêm do museu, a sala de Cildo só havia sido montada em São Paulo no MAC...", disse Landmann.
O acordo entre as duas partes foi possível graças à colaboração de uma terceira instituição de prestígio: a Pinacoteca do Estado.
"Ficarei muito satisfeito se essa questão for definitivamente resolvida. O MAC tem um acervo maravilhoso e merece um ótimo espaço de exibição", disse Emanoel Araújo, o diretor da Pinacoteca, que ainda se recupera em casa de um infarto recente.
Segundo Araújo, a cessão de parte da Pinacoteca não deve comprometer a sua programação, que tem previstas mostras de Rubem Valentim, Athos Bulcão e fotografia africana, entre outras. O maior compromisso da Pinacoteca para o período, em dezembro, é uma mostra sobre a produção do arquiteto Oscar Niemeyer, que vai ocupar todo o prédio.



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