|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DEBATE
Encontro acontece até amanhã em Florianópolis
Congresso discute literatura
e cultura em Santa Catarina
ESTANISLAU MARIA
da Agência Folha, em Florianópolis
Mais de mil professores, escritores e estudiosos de literatura estão
reunidos em Florianópolis no 6º
Congresso Internacional da Abralic (Associação Brasileira de Literatura Comparada), cujo tema é
"Literatura Comparada = Estudos Culturais?".
Debatedores de Brasil, EUA, Europa e América Latina discutem,
desde ontem, as contribuições dos
estudos da cultura e os novos parâmetros para análise e produção
da literatura comparada.
A cerimônia de abertura ocorreu
na noite de anteontem no Centro
Integrado de Cultura. Os trabalhos
começaram ontem pela manhã e
terminam amanhã.
Serão dezenas de debates e atividades simultâneas no campus da
UFSC (Universidade Federal de
Santa Catarina).
Cerca de 770 trabalhos estarão
sendo apresentados nos três dias
de congresso, em que serão lançadas pelo menos 15 publicações
-entre livros e revistas- e 32
mesas debatedoras discutirão temas ligados ligados à proposta do
congresso.
Abertura
Na abertura, a escritora Marjorie
Perloff, da Universidade de Stanford (EUA), deu a conferência
"Dada sem Duchamp, Duchamp
sem Dada: Vanguarda, Tradição e
o Talento Individual".
Depois, os professores Roberto
Schwarcz, da Unicamp, Beatriz
Sarlo, da Universidade de Buenos
Aires, e John Kraniauskas, da Universidade de Londres, debateram
"Literatura e Valor".
"O eixo principal das discussões
será analisar se os paradigmas universalistas da tradição européia do
comparatismo podem ser revisados ou reciclados a partir do paradigma emergente dos estudos da
cultura", disse o presidente da
Abralic, Raúl Antelo.
Com o tema, a Abralic procura
discutir as tendências norte-americanas de produção da literatura
comparada, que vêm influenciando os trabalhos na América Latina.
Os chamados novos paradigmas
procuram enfoques alternativos
sobre o contextual e o textual, o
local e o global e questionam a
possibilidade ou a ambição da literatura comparada de enunciar
pressupostos universais.
"A tradição européia parte da
noção do universalismo regulado
pela razão. As novas tendências
buscam a questão da diferença, as
posições do sujeito, processos de
legitimação de enunciações locais,
daí a importância dos estudos da
cultura e as contribuições da antropologia, sociologia e história",
disse Antelo.
Integrantes
O congresso reúne ainda críticos
de literatura, historiadores, filósofos e cientistas sociais. Em debate,
estarão temas como os limiares do
comparatismo, imagem do intelectual na cultura latino-americana, tradução de textos, teoria literária e teoria da cultura.
No final da tarde de amanhã,
uma das mesas terá como tema
Walter Benjamin, um dos principais teóricos da chamada indústria cultural.
No sábado, não haverá trabalhos
acadêmicos, mas acontecerá a
eleição para a nova diretoria da
Abralic, para os próximos dois
anos.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|