|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
LITERATURA
Um dos maiores representantes brasileiros do realismo fantástico foi vítima de câncer no pâncreas
Morre aos 84 o escritor José J. Veiga
LETÍCIA KFURI
da Sucursal do Rio
Foi enterrado na manhã de ontem, no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap (zona norte), o
corpo do escritor goiano José J.
Veiga, considerado um dos maiores representantes brasileiros do
chamado realismo fantástico.
Veiga morreu às 13h de anteontem, aos 84 anos, no hospital Rio-Mar, na Barra da Tijuca (zona
oeste), vítima de câncer no pâncreas.
Ele foi internado no setor de
emergência do hospital na noite
de sexta. Além do câncer, Veiga
apresentou problemas de anemia,
outra das causas de sua morte.
Entre as obras mais conhecidas
do escritor, estão "A Hora dos Ruminantes", "Os Pecados da Tribo" e "Os Cavalinhos de Platiplanto". Por esta última, o escritor
recebeu o Prêmio Fábio Prado de
literatura, oferecido pela Câmara
Brasileira do Livro, no início da
década de 60. Em 1997, a Academia Brasileira de Letras entregou
ao escritor o Prêmio Ficção.
Para o acadêmico e crítico literário Antonio Olinto, que conheceu Veiga na década de 50, o amigo era "dono de um talento literário mágico, pela simplicidade
com que escrevia".
"O mágico às vezes se torna barroco, gótico, mas ele conseguia
ser simples e mágico. Era mais
surrealista do que infantil", definiu Olinto.
O acadêmico lembra que conheceu Veiga na década de 50,
quando escrevia uma coluna de
críticas literárias para um jornal
carioca. "Escrevi um artigo elogiando "Os Cavalinhos de Platiplanto". Tempos depois ele me
confessou que, depois da publicação do livro, havia ficado duas semanas trancado em casa, com
vergonha de tê-lo lançado. Além
de tudo, era muito modesto", disse Olinto.
Veiga foi também chefe da editora da Fundação Getúlio Vargas.
Texto Anterior: Vida bandida - Voltaire de Souza: A aposta Próximo Texto: Autor articulou cotidiano e absurdo Índice
|