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CINEMA NACIONAL
Filme de João Batista de Andrade é baseado em romance do goiano Bernardo Élis
"O Tronco" estréia hoje no Festival do Rio e compete em outubro em Xangai
da Reportagem Local
O melhor do filme "O Tronco", de João Batista de Andrade,
que estréia hoje, às 21h30, no
Festival de Cinema do Rio e irá
competir no Festival de Cinema
de Xangai (China) em outubro,
é, sem dúvida, a fotografia.
O diretor de fotografia Jacques
Cheuiche conseguiu captar com
beleza o cerrado brasileiro, com
seu céu despejado e vegetação
peculiar de árvores tortas.
Uma vila cenográfica foi erguida em Morro Cabeludo, nas cercanias da cidade de Pirenópolis
(GO), e algumas tomadas foram
feitas na primeira capital do Estado, Goiás Velho, cujos edifícios continuam preservados como na época em que se passa a
história, em 1919. Também a reconstituição de época e figurinos
merecem destaque e dão verossimilhança à trama baseada no
romance homônimo do escritor
goiano Bernardo Élis.
O interesse de João Batista de
Andrade pela obra de Élis era
antigo: conseguiu os direitos para roteirizar o romance há 30
anos. Só no ano passado, porém,
conseguiu juntar os R$ 2,7 milhões que foram necessários para levar a trama à tela.
"O Tronco" conta a história do
coletor de impostos Vicente Lemos (Ângelo Antônio), que chega com a família ao norte de
Goiás, enviado pelo governo, para investigar os desmandos do
coronel Pedro Melo, seu parente, vivido com graça pelo cantor
e ator Rolando Boldrin.
Idealista, Vicente acredita que
pode pôr ordem na região apenas com o uso da lei. Sua decepção não poderia ser maior quando, depois que a casa que ocupa
como escritório é queimada, o
governo envia um juiz (Antônio
Fagundes) para ajudá-lo.
Pouco interessado na Justiça, o
juiz acaba instalando um clima
de guerra entre seus soldados e
os jagunços dos Melo, enquanto,
paralelamente, Vicente e sua
prima Anastácia (a mulher de
Ângelo Antônio, Letícia Sabatella) lembram o namorico que tiveram no passado e seu casal de
filhos se envolve amorosamente.
Também no elenco, a atriz e
cantora Cida Moreira, Chico
Diaz, Henrique Rovira e Mariane Vicentini -presença constante em muitos dos filmes produzidos no Centro-Oeste, embora sua atuação deixe a desejar.
Depois do Rio, João Batista de
Andrade pretende apresentar
"O Tronco" em exibições ao ar
livre em cidades do interior de
Goiás e daí para outras cidades
brasileiras. "Serão projeções nível A, feitas nas praças das cidades, que farão as pessoas se sentirem como se estivessem no cinema", disse Andrade.
O filme do cineasta brasileiro
foi um dos 19 escolhidos entre
338 trabalhos inscritos para o
Festival de Xangai, que acontece
entre 22 e 31 de outubro, e é o
único representante da América
Latina na competição oficial.
(CYNARA MENEZES)
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