São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2001

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PERSONALIDADE

Com quatro décadas de atuação, fez carreira em teatro e cinema

Cláudio Mamberti morre em São Paulo aos 60 anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Morreu às 23h de anteontem o ator Cláudio Mamberti, aos 60 anos, no hospital Sírio Libanês, vítima de insuficiência pulmonar e falência múltipla dos órgãos. O velório aconteceu ontem no hospital, onde o ator estava internado há 30 dias por problemas respiratórios; seu corpo seria cremado às 14h no crematório da Vila Alpina.
Nascido em Santos, o ator fazia parte de uma família de artistas e era irmão do também ator Sérgio Mamberti, 62. "Crescemos juntos, os dois apaixonados por teatro. Estreamos juntos e comemoramos 40 anos de carreira no ano passado", disse Sérgio.
Cláudio Mamberti teve sua iniciação amadora no teatro integrando o elenco da peça "A Filha de Rapaccini", de Octavio Paz, sob a direção de Patrícia Galvão, a Pagu, que apresentou o jovem ator a autores importantes no contexto político dos anos 60, como o espanhol Fernando Arrabal e o francês Jean Genet. Na mesma década, foi militante do Partido Comunista Brasileiro.
Estreou profissionalmente em 1961, com "Antigone América". Em 1965, ingressa na companhia de Cacilda Becker, participando de espetáculos como "A Farsa do Santo Milagreiro".
Teve também importante parte de sua carreira no cinema, tendo participado de filmes como "Dona Flor e Seus Dois Maridos" (1976, de Bruno Barreto), "Anjos da Noite" (1987, de Wilson Barros), "Miramar" (1997, de Julio Bressane) e "Baile Perfumado" (1997, Lírio Ferreira e Paulo Caldas). Ganhou prêmios por sua atuação no cinema nos festivais de Gramado e de Havana.
Um dos seus trabalhos mais recentes foi a encenação, em 2000, de um texto até então inédito e um dos últimos escritos pelo dramaturgo também santista Plínio Marcos, o monólogo "O Homem do Caminho", sob a direção de Sérgio Mamberti. "A última cena era justamente um diálogo do personagem com a morte", lembra-se o irmão.
"A morte de Cláudio é um choque grande. Pertencíamos, eu, ele, Plínio Marcos, à mesma turma, somos todos de Santos. Ele era muito jovem para morrer", afirmou o ator Taná Corrêa, seu amigo desde a juventude.
"É uma partida difícil. Ele era novo, um ano a menos do que eu. Não esperava que ele fosse embora tão cedo, mas não temos condições de mudar isso", lamentou-se ontem o irmão Sérgio Mamberti.
Cláudio Mamberti deixa dois filhos, Tomaz, 20, e Caio, 35.


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