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PERSONALIDADE
Com quatro décadas de atuação, fez carreira em teatro e cinema
Cláudio Mamberti morre em São Paulo aos 60 anos
DA REPORTAGEM LOCAL
Morreu às 23h de anteontem o
ator Cláudio Mamberti, aos 60
anos, no hospital Sírio Libanês, vítima de insuficiência pulmonar e
falência múltipla dos órgãos. O
velório aconteceu ontem no hospital, onde o ator estava internado
há 30 dias por problemas respiratórios; seu corpo seria cremado às
14h no crematório da Vila Alpina.
Nascido em Santos, o ator fazia
parte de uma família de artistas e
era irmão do também ator Sérgio
Mamberti, 62. "Crescemos juntos, os dois apaixonados por teatro. Estreamos juntos e comemoramos 40 anos de carreira no ano
passado", disse Sérgio.
Cláudio Mamberti teve sua iniciação amadora no teatro integrando o elenco da peça "A Filha
de Rapaccini", de Octavio Paz,
sob a direção de Patrícia Galvão, a
Pagu, que apresentou o jovem
ator a autores importantes no
contexto político dos anos 60, como o espanhol Fernando Arrabal
e o francês Jean Genet. Na mesma
década, foi militante do Partido
Comunista Brasileiro.
Estreou profissionalmente em
1961, com "Antigone América".
Em 1965, ingressa na companhia
de Cacilda Becker, participando
de espetáculos como "A Farsa do
Santo Milagreiro".
Teve também importante parte
de sua carreira no cinema, tendo
participado de filmes como "Dona Flor e Seus Dois Maridos"
(1976, de Bruno Barreto), "Anjos
da Noite" (1987, de Wilson Barros), "Miramar" (1997, de Julio
Bressane) e "Baile Perfumado"
(1997, Lírio Ferreira e Paulo Caldas). Ganhou prêmios por sua
atuação no cinema nos festivais
de Gramado e de Havana.
Um dos seus trabalhos mais recentes foi a encenação, em 2000,
de um texto até então inédito e
um dos últimos escritos pelo dramaturgo também santista Plínio
Marcos, o monólogo "O Homem
do Caminho", sob a direção de
Sérgio Mamberti. "A última cena
era justamente um diálogo do
personagem com a morte", lembra-se o irmão.
"A morte de Cláudio é um choque grande. Pertencíamos, eu, ele,
Plínio Marcos, à mesma turma,
somos todos de Santos. Ele era
muito jovem para morrer", afirmou o ator Taná Corrêa, seu amigo desde a juventude.
"É uma partida difícil. Ele era
novo, um ano a menos do que eu.
Não esperava que ele fosse embora tão cedo, mas não temos condições de mudar isso", lamentou-se
ontem o irmão Sérgio Mamberti.
Cláudio Mamberti deixa dois filhos, Tomaz, 20, e Caio, 35.
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