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Crítica
Costinha careta é grande achado de "O Libertino"
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
É uma pena que Victor Lima
não seja um diretor mais aplicado, ou talentoso, ou inteligente -ou lá o que seja. O fato é
que, por alguma razão, escapam-lhe entre os dedos certas
virtudes que "Costinha, o Libertino" (Canal Brasil, 1h30)
poderia ter.
O argumento diz respeito à
hipocrisia e ao cultivo das aparências. Costinha é um senhor
moralista que aluga uma propriedade que julga ser um colégio para moças. Claro que não é.
Claro que o lugar é exatamente
aquilo que imaginamos ser.
Também não foge à ordem
das evidências que, quando
Costinha vai dar uma blitz no
local, seu moralismo estrito
acaba sendo desmoralizado e
ele cai na gandaia na primeira
oportunidade.
Talvez não haja nada de tão
especial nessa história, exceto a
vontade de fustigar respeitabilidades que, com o desenrolar
da história, revelam-se bem
pouco respeitáveis. Mas, convenhamos, Costinha na pele de
um senhor conservador é um
achado cômico a reter.
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