São Paulo, sexta-feira, 21 de setembro de 2007

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Última Moda

Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br

Z Zegna quer unir elegância e juventude

Linha jovem da Ermenegildo Zegna mostra evolução em sua segunda temporada na semana de moda de Nova York

O estilista italiano Alessandro Sartori tem em suas mãos uma tarefa das mais complicadas: buscar uma imagem masculina jovem e descontraída para a Z Zegna, linha mais moderna da Ermenegildo Zegna, mas sem colocar em xeque a tradição de elegância clássica da grife principal.
O seu esforço -e o seu sucesso- na tarefa foi bastante visível no desfile da Z Zegna na semana de moda de Nova York, onde a grife desfila há duas temporadas. A marca italiana não é a única grife européia a desfilar nos Estados Unidos, onde também se apresentam Lacoste e Miss Sixty, entre outras.
Uma das estratégias de Sartori foi explorar a ótima alfaiataria e a riqueza dos tecidos -que fazem parte da tradição da Ermenegildo Zegna-, mas em silhuetas que quebravam o estilo clássico, seja com formas muito justas, seja muito largas.
"Ainda há lugar para a elegância na moda masculina, só que ela é mais moderna e jovial", afirma Sartori, que completou uma década de trabalho na Ermenegildo Zegna e desde 2002 responde pelo cargo de diretor de criação da Z Zegna.

FOLHA - Qual a diferença entre a Ermenegildo Zegna e a Z Zegna?
ALESSANDRO SARTORI
- O homem da Ermenegildo Zegna está procurando os melhores produtos. O da Z Zegna, o melhor estilo. Mas isto não quer dizer que um tenha produtos ruins e o outro não tenha senso de estilo. É apenas uma questão de prioridade. Também na Z Zegna utilizamos bons tecidos.

FOLHA - Você acha que jovens estão preocupados com bons tecidos?
SARTORI
- Estão, mas têm mais interesse no estilo. Nesta coleção utilizamos tecidos superlight, cuja criação foi possibilitada pelas novas tecnologias e que combinam com a idéia da coleção: roupas para jovens exploradores que circulam no ambiente urbano.

FOLHA - O streetwear é importante para a sua criação?
SARTORI
- Sim, mas não é o único ponto, porque, se você olha apenas para a rua, não fará algo novo. Tenho interesse em conhecer bem a marca para a qual trabalho, saber quais são as tendências do momento e pesquisar as macro-tendências sociais, culturais e até religiosas que estão em discussão.

FOLHA - Os homens são menos elegantes que no passado?
SARTORI
- Sim, em termos gerais. Isso ocorre porque eles querem ser mais livres e se sentir mais confortáveis. Também têm a mente mais aberta. Antes, trazia status ir ao escritório de terno e gravata. Hoje, isso mudou. Mas há ainda lugar para a elegância, só que ela é mais moderna e jovial.

FOLHA - Por que não tem jeans na sua coleção?
SARTORI
- Os jeans são clássicos da vestimenta, eu gosto deles, você gosta, todos usamos, mas eles não estão entre as tendências top da moda mundial neste momento específico.

FOLHA - O que é tendência na moda masculina para o próximo verão?
SARTORI
- Os tecidos leves, o algodão, o linho, os acessórios, o bom design. Na silhueta, formas muitos justas ou muita largas, sem meio-termo, para tudo: jaquetas, shorts, calças, parcas... Entre as cores, o cinza é a cor master, mas também são tendência o preto, o branco, o indigo blue o navy blue (azul-marinho).


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