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Última Moda
Alcino Leite Neto - ultima.moda@folha.com.br
Z Zegna quer unir elegância e juventude
Linha jovem da Ermenegildo Zegna mostra evolução em
sua segunda temporada na semana de moda de Nova York
O estilista italiano Alessandro Sartori tem em
suas mãos uma tarefa das
mais complicadas: buscar
uma imagem masculina
jovem e descontraída para
a Z Zegna, linha mais moderna da Ermenegildo
Zegna, mas sem colocar
em xeque a tradição de
elegância clássica da grife
principal.
O seu esforço -e o seu
sucesso- na tarefa foi bastante visível no desfile da
Z Zegna na semana de moda de Nova York, onde a
grife desfila há duas temporadas.
A marca italiana não é a
única grife européia a desfilar
nos Estados Unidos, onde também se apresentam Lacoste e
Miss Sixty, entre outras.
Uma das estratégias de Sartori foi explorar a ótima alfaiataria e a riqueza dos tecidos
-que fazem parte da tradição
da Ermenegildo Zegna-, mas
em silhuetas que quebravam o
estilo clássico, seja com formas
muito justas, seja muito largas.
"Ainda há lugar para a elegância na moda masculina, só
que ela é mais moderna e jovial", afirma Sartori, que completou uma década de trabalho
na Ermenegildo Zegna e desde
2002 responde pelo cargo de
diretor de criação da Z Zegna.
FOLHA - Qual a diferença entre a Ermenegildo Zegna e a Z Zegna?
ALESSANDRO SARTORI - O homem
da Ermenegildo Zegna está
procurando os melhores produtos. O da Z Zegna, o melhor
estilo. Mas isto não quer dizer
que um tenha produtos ruins e
o outro não tenha senso de estilo. É apenas uma questão de
prioridade. Também na Z Zegna utilizamos bons tecidos.
FOLHA - Você acha que jovens estão preocupados com bons tecidos?
SARTORI - Estão, mas têm mais
interesse no estilo. Nesta coleção utilizamos tecidos superlight, cuja criação foi possibilitada pelas novas tecnologias e
que combinam com a idéia da
coleção: roupas para jovens exploradores que circulam no
ambiente urbano.
FOLHA - O streetwear é importante para a sua criação?
SARTORI - Sim, mas não é o único ponto, porque, se você olha
apenas para a rua, não fará algo
novo. Tenho interesse em conhecer bem a marca para a qual
trabalho, saber quais são as
tendências do momento e pesquisar as macro-tendências sociais, culturais e até religiosas
que estão em discussão.
FOLHA - Os homens são menos elegantes que no passado?
SARTORI - Sim, em termos gerais. Isso ocorre porque eles
querem ser mais livres e se sentir mais confortáveis. Também
têm a mente mais aberta. Antes, trazia status ir ao escritório
de terno e gravata. Hoje, isso
mudou. Mas há ainda lugar para a elegância, só que ela é mais
moderna e jovial.
FOLHA - Por que não tem jeans na
sua coleção?
SARTORI - Os jeans são clássicos
da vestimenta, eu gosto deles,
você gosta, todos usamos, mas
eles não estão entre as tendências top da moda mundial neste
momento específico.
FOLHA - O que é tendência na moda masculina para o próximo verão?
SARTORI - Os tecidos leves, o algodão, o linho, os acessórios, o
bom design. Na silhueta, formas muitos justas ou muita largas, sem meio-termo, para tudo: jaquetas, shorts, calças, parcas... Entre as cores, o cinza é a
cor master, mas também são
tendência o preto, o branco, o
indigo blue o navy blue (azul-marinho).
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