São Paulo, segunda, 21 de setembro de 1998

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RELÂMPAGOS

Emergências lunares

JOÃO GILBERTO NOLL

Falei até onde todas as baixezas saltaram enfim da minha boca a me devorar, tirar nacos de mim. Então me fiz de mudo. Repentino o enfermeiro despiu seu uniforme, resolvendo que permaneceríamos prisioneiros da floresta para sempre, colhendo ovos da lua, singrando laivos de mar. Falei que não, eu antes precisava resolver o bolso e a língua deteriorada. Entendeu? Nem eu, meu sinhô. Prometo afastar mais uma vez do raio da garganta esse entrevero na idéia, ó centurião que me queres remoto entre as soturnas ramagens do penhasco. Lá embaixo, o homem que de mim partira me acenava.




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