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São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2003

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A mão que balança o ROCK

Reprodução de www.whitestripes.com
CARTUM Desenhos feitos por fãs do White Stripes; as caricaturas são marca da banda em sua estratégia de marketing; a dupla se apresenta nos shows sempre vestindo roupas vermelhas e/ou brancas


Com três pinos no dedo, Jack White, líder do White Stripes, desembarca para estrelar o Tim Festival


LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Uma das mãos que embalam a boa fase do rock contemporâneo está com um dedo prejudicado. Na próxima semana, o guitarrista e cantor Jack White desembarca no Rio com seu White Stripes, e o detector de metais do aeroporto carioca deve apitar por causa dos três pinos implantados em seu dedo indicador da mão esquerda.
Nome dos mais festejados da música jovem deste começo de século, a banda de White, 28, é a grande atração do Tim Festival, megaevento de música que acontece nos próximos dias 30, 31 e 1º. O White Stripes, de Detroit, vem ao Brasil para dar sequência à fraturada turnê mundial do mais recente álbum, o bem-sucedido "Elephant" (mais de 1 milhão de cópias).
Quando "Elephant" foi lançado e o hit "Seven Nation Army" chegou às rádios, o disco já era tratado pela imprensa musical como provável "álbum do ano", mesmo ainda sendo abril.
Mas no início de julho, com uma gigante turnê por América e Europa engatilhada, Jack White sofreu acidente de carro. O airbag espatifou em três pedaços seu dedo indicador, o que usa para os acordes e o que o ajuda a construir a fama de "novo Hendrix". Dedo reconstruído e dez semanas de molho depois, Jack White voltou ao trabalho e chega agora, pela primeira vez, ao Brasil. "Mal consigo dobrar o dedo em 90 graus", disse à Folha, da Austrália.
Jack White é o tal. Desde que apareceu para a cena pop em 2000/2001, tem contabilizado uma lista enorme de "o melhor isso e aquilo". Um hit seu, remixado, já migra com sucesso, e em três versões diferentes, para a música eletrônica. E seu nome começa a chegar até o cinema.
Eleito o sujeito mais bacana hoje na música jovem no mundo (revista "Spin" de setembro), White finalizou dois filmes recentemente. Ele é o marido de Renée Zellweger (namorou Jack, estava no acidente e já é sua ex) em "Could Mountain", superprodução de Anthony Minghella ("O Talentoso Sr. Ripley") que estréia nos EUA no Natal; atua no novo de Jim Jarmusch, "Coffee & Cigarettes"; e uma de suas amigas é Sofia Coppola, filha de Francis, que dirigiu o clipe de "I Just Don't Know what to Do with Myself".
O White Stripes divide com os Strokes a responsabilidade de, em 2001, ter contribuído com sangue novo no rock para devolver o gênero às paradas. A banda tem uma formação bizarra e só aparece vestida de vermelho e branco -às vezes preto. É formada por Jack e pela baterista Meg White e só. Não tem baixo. Não tem outro guitarrista.
A estilosa Meg nem toca tão bem assim; não precisa. Jack toca por ela, pelo baixista que não existe e por mais um time de guitarristas que não há, tamanha a habilidade e velocidade em levar o som do White Stripes do blues ao rock ao punk ao country em uma canção.
O White Stripes fechará o palco principal do Tim no dia 31. Em ação, a suave Meg e a fúria de Jack, com suas mãos de Hendrix e o dedo cheio de pinos.

TIM FESTIVAL. Onde: MAM-RJ (av. Infante Dom Henrique, 85, RJ). Quando: de 30/10 a 1º/11. Quanto: de R$ 30 a R$ 80. Como comprar: tel. 0300-789-3350.


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