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Mônica Bergamo
@ - bergamo@folhasp.com.br
Julia Moraes/Folha Imagem
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O apresentador de TV Sérgio Mallandro, 44 |
Me leva para a Câmara
RENATA BANHARA
A modelo Renata Banhara,
30, proclama: "Este é o ano de
os artistas se elegerem. Você
nunca viu um artista envolvido
em mensalão!". Renata, que já
estampou a capa de várias revistas masculinas, recebeu o
convite do seu ex-marido e deputado federal Frank Aguiar
para se filiar ao PTB.
FOLHA - Qual é a sua relação com a
política?
RENATA - Quando era adolescente, rebelde, tinha um encantamento pelo PT. Mas, há pouco tempo, o doutor Roberto Jefferson foi lá, entregou todo o
PT e mostrou que não existe
oposição. O Roberto Jefferson
é o meu herói. Sou fã dele. Ele é
um artista, meio lúdico.
SÉRGIO MALLANDRO
O apresentador de TV Sérgio Mallandro, 44, faz mistério sobre a candidatura. "Só vou subir ao ringue se eu estiver preparado." Mas já sabe que, se
eleito pelo PTB, não vai esquecer seu lado irreverente na Câmara de Vereadores. "Não é só
porque é vereador que tem que
impostar a voz. Para cada projeto aprovado, vou mandar um
glu-glu para eles. Se não conseguir a aprovação, yeah-yeah!"
FOLHA - Você não tem medo de ser
tachado de palhaço dentro da Câmara de Vereadores?
MALLANDRO - Eu sou um palhaço diferente, alegre, feliz da vida. Eu sou o palhaço, mas não
faço os outros de palhaço, que é
o que acontece neste país. O
problema é o sentimento de
impunidade. Isso já virou uma
comédia dramática. Bicho, fazem um monte de coisa na nossa cara e ninguém faz nada.
Tem que ser punido, né?
FOLHA - Você se considera de direita ou de esquerda?
MALLANDRO - [risos] Eu comecei a jogar futebol com a perna
direita, depois aprendi a chutar
com a perna esquerda. Hoje,
chuto com a direita e com a esquerda. Isso tudo sem cair no
chão. Rarrá! Não sei o que é de
direita ou de esquerda. Ou o cara é bom ou é ruim, não existe
do meio.
FOLHA - Por que você acha que vai
se eleger em 2008?
MALLANDRO - Se eu entrar, vou
ganhar. Porque eu confio em
mim, pô! Porque eu votaria em
mim! Eu vou ser um dos mais
votados na história.
LÉO AQUILLA
Não é a primeira vez que o
transformista Léo Aquilla se
arrisca na política. Em 2006,
ele se candidatou a deputado
estadual pelo PSC, mas os
21.778 votos que recebeu não
foram suficientes para se eleger. "Se eu tivesse recebido o
apoio que o partido tinha prometido, teria uns 200 mil votos", lamenta. Apesar de ter
trocado de partido -agora, veste a camisa do PR-, Léo, que
nunca diz a idade, manterá a estratégia: usará, outra vez, gravata rosa durante toda a companha. "Fiquei conhecido como o candidato da gravata rosa.
As pessoas já se acostumaram
comigo [vestido] de menino."
FOLHA - O que você aprendeu com
a primeira candidatura?
LÉO AQUILLA - Você sabe que o
meu maior problema foi convencer as pessoas de que eu não
estava ali para roubar? As pessoas questionavam mais a minha idoneidade do que a minha
condição sexual, acredita?
FOLHA - Quais são seus projetos?
AQUILLA - Tenho três. O primeiro é voltado para a educação infantil. Quero incluir uma disciplina a mais nas escolas, que vai
ser a "educação emocional". É
para falar de amor e tolerância
ao próximo. O segundo é um
pouco mais polêmico. Vou propor o uso da camisinha no casamento. Eu estou fazendo isso
por amor às mulheres, porque
eu, inclusive, gostaria de ser
uma [risos]. O marido sai pra
fazer sexo com travesti, com
prostituta e acaba se contaminando. Também quero propor
uma Lei Rouanet gay, para incentivar eventos gays.
FOLHA - Você vai se apresentar
com um candidato-transformista?
AQUILLA - Você sabe o que é
uma drag queen? Uma drag
queen é um palhaço de luxo. Eu
quero que as pessoas votem no
Léo Aquilla e não, na Léo Aquilla, a transformista, que é uma
palhaça, porque palhaço já tem
demais na política.
FOLHA - Qual é o seu trunfo na candidatura?
AQUILLA - É o público infantil. A
criança pode não votar, mas a
mãe vota. A criançada ama Léo
Aquilla. Todo mundo acha que
eu pareço com a Barbie.
RONALDO ESPER
No início do ano, o estilista
Ronaldo Esper, 63, foi acusado
de furtar vasos em um cemitério de São Paulo. Absolvido, diz
ter recebido convite de "todos
os partidos, menos os de esquerda" para se candidatar.
Aceitou ir para o PTB e fará sua
campanha para vereador em
2008. "Os partidos começaram
a me procurar depois dessa história do cemitério. Às vezes,
vou às reuniões [do PTB] e fico
me perguntando o que eu tenho a ver com tudo isso. Não
sou a rainha da Inglaterra."
FOLHA - Pretende usar o escândalo
dos vasos do cemitério a seu favor?
RONALDO ESPER - Quero fazer
uma varredura nos cemitérios.
Estão um horror! Cerca de 70%
de túmulos estão quebrados. Já
vi cadáver no chão. Também vi
gente transando... de todos os
sexos! Um horror!
FOLHA - Tem outros projetos?
ESPER - Quero criar um retiro
final para homossexuais, sabe?
Um local que seria como um
asilo, mas não é. Na verdade, é
re-ti-ro. As pessoas perguntam:
"Por que os idosos homossexuais não podem ficar com outros em um asilo?" Um homossexual idoso, que tenha desejo sexual, cria tumulto em um asilo. Então, quero criar um lugar
só para ele passar o fim da vida.
FOLHA - Então, você vai se apoiar
no eleitorado gay?
ESPER - Querida, me pergunta:
"Você é homossexual"?
FOLHA - Você é homossexual?
ESPER - Vivem me perguntando isso. Eu digo que não. Mas,
como o homossexual vai ser
muito cuidado na minha campanha, digo que sim para o homossexual que me interesse e
que é inteligente. Para o que
não me interessa, não sou.
FOLHA - Qual a vantagem de ser
político no Brasil?
ESPER - Político aqui é sinônimo de... não posso nem dizer!
Vantagem financeira, nenhuma. Só terei a vantagem de, por
exemplo, se achar que o cemitério está destruído, entrar falando grosso sem helicóptero
da Globo pra me encher o saco.
OVELHA
Após 25 anos fazendo campanha para outros candidatos
-entre eles, Jânio Quadros e
Paulo Maluf-, Ovelha, 52, decidiu, enfim, traçar sua própria
trajetória política. O cantor,
que fez sucesso nos anos 80
com o hit "Sem Você Não Viverei", ainda crê em sua popularidade para entrar na Câmara.
FOLHA - Quais lições você aprendeu com Jânio Quadros?
OVELHA - Bicho, eu aprendi
tanta coisa. Compus a música
da campanha dele [para prefeito, em 1985]: "Chegou a hora da
honestidade, do trabalho, da
saúde, educação, o Jânio vai
voltar com a vassoura, para acabar com a corrupção". Ele era
pálido e me dizia [com a voz
grossa]: "Ovelha, você é um rapaz muito inteligente. Tire proveito disso". A gente comentava
sobre coisas de Q.I., inteligência. Eu perguntava: "Mas, doutor, esse negócio de política não
dá muito trabalho, não?". Ele
falava: "Isso é amor, rapaz. A
política é um vírus. O que você
não pode fazer é sacanagem".
FOLHA - Direita ou esquerda?
OVELHA - Sabe que nunca pensei nisso? Sou meio anarquista.
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