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Bill Frisell pede "mente aberta" ao público
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Não é à toa que já o chamaram de "cientista maluco", de
"fora da lei" ou até de "Clark
Kent da guitarra". Herói das
cordas eletrificadas, o norte-americano Bill Frisell, 57, desafia, há três décadas, as supostas
fronteiras do jazz com outros
gêneros musicais, como o rock,
o country e o rhythm'n'blues.
"Para mim, o jazz é um lugar
em que qualquer coisa é possível. Nele, você usa tudo o que
sabe, é livre para se expressar
de maneira pessoal", diz o guitarrista e compositor que o Tim
Festival escalou para sexta (em
São Paulo) e sábado (no Rio),
em noites que também incluem
o pianista italiano Enrico Pieranunzi e o trompetista polonês Tomasz Stanko.
Com mais de 30 álbuns lançados, Frisell tem, desde a década passada, presença obrigatória nas enquetes que as revistas especializadas promovem
para eleger os melhores músicos do jazz. Mesmo assim, ele
parece não perder a humildade
e o jeito de garotão interiorano.
"Acho que ainda tenho muito
a aprender", diz, contando que
continua se surpreendendo ao
ser elogiado pela inventividade
de seus improvisos e composições. "Sinto que não me conheço direito. Ouço coisas que gosto e tento imitá-las, mas, mesmo que eu consiga fazer isso do
meu jeito, fico com a impressão
de que sempre falta algo."
Em sua terceira visita ao país,
Frisell vem com o baixista
Tony Scherr e o baterista
Kenny Wollesen. O repertório
será definido na hora do show.
"É difícil antecipar o que vamos tocar, porque o trio é a formação que mais abre possibilidades. Só posso dizer que vou
tocar alguns temas do álbum
"History, Mistery", mesmo que
nossa formação seja mais reduzida", diz ele, referindo-se ao
CD que a Warner acaba de lançar aqui e que conta com um
octeto com sopros e cordas.
"Espero que as pessoas possam
ouvir o que tocamos com a
mente aberta. Já disseram que
minha música não é jazz, mas
não conheço outro nome para
me referir a ela", conclui o eclético guitarrista.
(CC)
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