São Paulo, terça-feira, 21 de outubro de 2008

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Morre no Rio o sambista Luiz Carlos da Vila

Letrista teve composições gravadas por intérpretes como Zeca Pagodinho e Beth Carvalho

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Um dos maiores letristas do samba, da linhagem de Cartola e Paulinho da Viola, o carioca Luiz Carlos da Vila morreu na manhã de ontem, aos 59 anos, por complicações decorrentes de um câncer. Ele estava internado no hospital do Andaraí (zona norte do Rio) desde 28 de agosto. Foi submetido a cirurgias, mas não resistiu.
"Luiz tratava o samba com a dignidade dos grandes mestres. Seus versos não rimavam por rimar", disse o compositor e parceiro Moacyr Luz.
Luiz Carlos Baptista nasceu em 1949, em Ramos, na zona norte do Rio. O sobrenome artístico teve origem na Vila da Penha, também na zona norte, local em que morou a maior parte da vida. Como se integrou à Unidos de Vila Isabel, ganhou de Nei Lopes a alcunha de "Luiz Carlos das Vilas".
O único título da escola no Grupo Especial, em 1988, foi com um samba de Luiz Carlos (em parceria com Rodolpho e Jonas): "Kizomba, A Festa da Raça". No início dos anos 1980, despontou como um dos expoentes da nova geração que participava dos pagodes do bloco carnavalesco Cacique de Ramos, ao lado de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Almir Guineto e outros.
"Chegamos juntos ao Cacique. Ele era um grande amigo, bom de samba e de contar histórias", disse Zeca, que gravou "Papéis", "Cabô, Meu Pai" e outras de Luiz Carlos.
"Morreu um dos maiores poetas desse país e um grande amigo, um dos [sambistas] com quem mais eu convivi de toda essa turma do Cacique de Ramos", disse Beth Carvalho, uma das intérpretes que gravaram suas canções. Ela lançou "O Show Tem que Continuar", sucesso do autor, e "Além da Razão", pela qual ele ganhou o Prêmio Sharp em 1988.
O Ministério da Cultura divulgou nota de pesar. Luiz era casado e não tinha filhos. O velório foi ontem, na quadra de Vila Isabel, e o enterro acontece hoje, às 10h, no cemitério de Inhaúma (zona norte).


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