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São Paulo, sexta-feira, 21 de novembro de 2003

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ERIKA PALOMINO

OI! VOCÊ REPAROU QUE OS TEMPOS MUDARAM??

Não sei se você percebeu que a revista inglesa "Muzik" deixou de ser publicada. Também fecharam as portas neste ano na Inglaterra a "Ministry", publicada pelo clube Ministry of Sound, e a "Seven", publicada pelo DMC local. E a sobrevivente "Mixmag" viu cair em 30% seu faturamento com publicidade. A crise está associada ao que se considera um declínio da cultura do superDJ, segundo a mídia, em reportagem recentemente publicada pelo "Financial Times". Em junho, quando fiz esse comentário aqui mesmo nesta coluna, muita gente chiou. Eu comentava (pela primeira vez) o aparecimento do 2Many DJs -que depois foi escolhido pela equipe da Ilustrada a melhor atração do TIM Festival- e o fundamento do bootleg. Mas a verdade é que os tempos mudaram e não é mais possível fechar os olhos para isso. A revista especializada "Jockey Slut" teve boa parte de suas capas nos últimos tempos ocupada por artistas de sonoridades mais híbridas, como o The Rapture e o produtor Trevor Jackson, o (sensacional) nome por trás do Playgroup. Em vez de se segurar no passado, o importante é seguir em frente. No Brasil, há novas publicações dedicadas ao cenário eletrônico. Uma delas, a "Beatz", mostra neste mês sensibilidade ao tratar em sua capa desse relacionamento do rock com o eletrônico, o namoro que tanto incomoda tolos puristas. Como diria meu amigo José Simão: quem fica parado é poste!

VEM AÍ: MELHORES DA NOITE ILUSTRADA
Terá muitas novidades a premiação dos Melhores da Noite Ilustrada deste ano, em sua 11ª edição. Foi criada uma categoria para os DJs de rock / electro, que já apareciam no ano passado e ficaram meio sem lugar. Outra reivindicação atendida: a separação dos indicados para melhor produtor de festas e promoter. E, finalmente, o advento do hors-concours! Profissionais ou nomes que venceram três ou mais vezes já fazem parte da história toda, entrando para uma espécie de panteão: poderão ser votados, mas não poderão mais ganhar o prêmio. Assim, abrimos espaço para os novos nomes, nesta segunda década de votação dos leitores desta coluna. Você vai conhecer os detalhes da premiação deste ano a partir da próxima semana. Prepare-se. Faça valer a sua voz!

ELECTROCLASH MUDA DE NOME
Em Nova York também há novidades e mudanças de nome. O festival Electroclash, que batizou o segmento nova-iorquino do gênero e lançou nomes como Peaches e Fischerspooner, passa a se chamar Outsider Electronic Music Festival, justamente para poder contemplar outras sonoridades e misturas ainda sem rótulos. Organizado por Larry Tee, rola dias 11 e 12 de dezembro no Crobar, em Chelsea. "O termo electroclash já até entrou para o dicionário em 2003", explica Tee. No line-up deste ano estão 2Many DJs, Jonny Slut, My Robot Friend, Fanny Pack, Swayzak, DJs Are Not Rockstars (projeto da DJ Princess Superstar com o produtor Alexander Technique) e outros ainda menos conhecidos (você pode conferir o line-up completo e mais informações sobre o festival no site www.erikapalomino.com.br).

MY ROBOT FRIEND É TIPO AMIGO MESMO
Você ouviu falar do My Robot Friend, né? É o projeto de Howard Rigberg, que à noite se transforma numa cibernética criatura. Só para sua apresentação em SP ele trouxe quatro malas de montação. Entre suas músicas, a mais famosa é "We Are the Pet Shop Boys" (os Pet Shop Boys em si gostaram tanto que fizeram um cover no lado B do single "Miracles"). O ápice da performance é quando seu cyberpênis cospe fogo e confetes. "Viro um maluco em cena", admite Howard.

O CHARME DAS ELECTROGIRLS
Se a performance de Princess Julia não chegou a incendiar a pista do clubinho Ampgalaxy, na última sexta, a presença da DJ inglesa serviu de ímã para várias camadas de electrogirls à sua volta. As novas meninas do electro -carinhosamente chamadas de electrobitches- vestem-se com forte influência dos anos 80, são poderosas, firmes e cheias de personalidade. Ao contrário das fãs do tecno dos anos 90, por exemplo, elas não fazem do corpo seu campo de batalha, evitando tatuagens e piercings como única linguagem pessoal.
Preferem a moda e o sexo, o humor e a inteligência. Flertam com o rock, gostam de arte e são cheias de opinião. Atenção nesse novo grupo. Charme é o que não falta. Cinthya é uma delas. E das lindas.

SUNGA DA ROSA CHÁ CRIA POLÊMICA
As sungas da Rosa Chá criaram polêmica em Ipanema nesta semana. O fotógrafo Vicente de Paulo fazia fotos do modelo Luis Felipe para a revista americana "V-Man" (a publicação masculina da prestigiosa "Visionaire") com as famosas peças com o recorte atrás, deixando de fora parte do derrière. Foi quando se aproximou um policial, dizendo que eles não poderiam fotografar aquele tipo de sunga na praia, que era proibido usar aquela sunga na cidade, e que se eles continuassem iria todo mundo preso. O policial estava de fato irredutível e as fotos tiveram de ser terminadas com o modelo sentado na areia. Na hora umas meninas estavam por ali, de fio-dental. Mas e mulher? Mulher não pode ficar avonts na praia? "Mulher pode", disse o policial.

palomino@uol.com.br

na noite ilustrada...
Nessa sexta os DJs Lee Burridge, Hernan Cattaneo e Gabo tocam em festa no hotel Unique; tem também o inglês Chris Liberator, que se apresenta no Lov.e; no Ampgalaxy tem a noite Glitz, com show da banda Gasolines. Sábado, o Mix Brasil exibe o filme "Dores de Amor", com depoimentos de Andrea de Maio, Claudia Wonder e outras, na Biblioteca Monteiro Lobato (r. General Jardim, 485); se jogue no D-Edge para ouvir o top DJ de Detroit Stacey Pullen; tem festinha do programa "Garagem", da rádio Brasil 2000 no Outs (r. Augusta, 486) com André Barcinski, Paulão e Edgar Picolli e meganoite no Playcenter com Dmitri, Snoop e mais um monte de DJs; rola mais uma edição da Horny Bunny's com Magal, Oscar Bueno e Adriano Costa no som. Atenção: o dress code é Porn Star!!

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