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Obra gráfica engajada de Andreato é
tema de retrospectiva em São Paulo
Cerca de 300 obras do designer são exibidas em novo espaço no Cambuci
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
A arte gráfica engajada e pop
do designer Elifas Andreato,
60, ganha retrospectiva em um
novo espaço expositivo em São
Paulo, o Design & Graphic Center. A mostra, com cerca de 300
obras, entre cartazes, telas, capas de livros e discos, é aberta
hoje para convidados, com
show de Toquinho.
Andreato, paranaense de Rolândia, operário na juventude,
começou a se destacar quando
trabalhou na Editora Abril.
"Aprendi tudo com mestres de
fábrica. Sem esse conhecimento, não conseguiria virar diretor de arte, em 1969", conta.
Durante o regime militar, foi
um dos fundadores de veículos
da imprensa alternativa como
"Opinião" e "Argumento", ilustrando textos e produzindo capas. Desenhou uma caveira que
vestia quepe para a marcante
capa de "O Livro Negro da Ditadura Militar", publicação clandestina feita em 1969.
Sua produção mais conhecida, no entanto, foi a de capas de
discos da MPB. Diversos artistas recorreram a Andreato, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Martinho da Vila e Chico
Buarque, entre outros.
"Tentava fazer com que as
canções do disco fossem refletidas na capa. Misturava técnicas e usava diversos materiais
para chegar a um bom resultado", diz ele, que usou marchetaria em "Zumbido" (1980), de
Paulinho, e tecidos em "Pássaro Errante" (1985), de Renato
Teixeira. Seus cartazes de teatro são famosos, como o de "Calabar" (1980), de Chico e Ruy
Guerra, e "Murro em Ponta de
Faca" (1978), de Augusto Boal.
ELIFAS, 60 ANOS - IMAGENS DO SOM, CONTORNOS DA HISTÓRIA
Quando: de seg. a sex., das 10h às 18h;
abertura hoje (convidados), às 20h; até
12/1
Onde: Design & Graphic Center (r. Dona Ana Néri, 793, Cambuci, SP, tel. 0/xx/11/3385-7304)
Quanto: entrada franca
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