São Paulo, terça-feira, 21 de novembro de 2006

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Cecília Leite apresenta seu primeiro CD

A cantora, antes jornalista, foi incentivada por Chico Buarque ao lhe dar uma demo após uma entrevista

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

Cecília Leite foi a primeira repórter a chegar ao local onde estava o ônibus 174, em 12 de junho de 2000, no Rio. Cobriu o cerco policial para a TV Globo, viu a professora Geisa Gonçalves ser assassinada e percebeu que estava na hora de trocar o jornalismo pela música, paixão que andava na sombra.
"Vi coisas muito fortes trabalhando no Rio, fiquei no meio de tiroteio, e nada parecia melhorar. Eu me sentia impotente e infeliz. Não gosto de ser arauto da tragédia. Prefiro ser instrumento de emoções", diz a cantora maranhense, 33.
Ela mostra em São Paulo o repertório de seu primeiro disco, lançado neste ano e que leva seu nome. No Tom Jazz, nesta noite, também cantará o clássico "Cheek to Cheek" e "I Don't Care If the Sun Don't Shine", sucesso de Patti Page. No Bar Brahma, amanhã, acrescentará "Samba do Grande Amor", de Chico Buarque.
Chico é uma espécie de padrinho da carreira de Cecília. Ele a incentivou depois de ouvir um CD demo que ela lhe entregou após uma entrevista feita para a Globo, em 1999. "Ele me ligou e disse: "O que você está fazendo no jornalismo? Vem cantar!". E ainda aceitou cantar comigo uma música que nunca tinha sido gravada", comemora.
"Dis-mois Comment", versão para o francês que Chico fez de "Eu te Amo" (parceria com Tom Jobim), é uma das três do compositor que estão no CD.
"A Mais Bonita" e "Choro Bandido" (com Edu Lobo) são as outras. "Soy Loco por Ti, América" (Gilberto Gil, Capinam), "Assum Branco" (José Miguel Wisnik), "O Samba e o Tango" (Amado Régis) e "Daquele Amor, Nem me Fale" (João Donato/Martinho da Vila) são outros destaques do repertório.
"Adoro escrever, mas os compositores que eu gravo são tão bons que acho melhor amadurecer um pouco mais para mostrar. No segundo disco haverá coisas minhas", conta ela. Do Maranhão natal estão no CD e no show "Já me Basta" e "Aço", de Bruno Batista, e "Fogueira", de César Nascimento. Ela ainda deve cantar duas peças de Villa-Lobos nos shows ("Melodia Sentimental" e "Prelúdio da Solidão"), além de músicas de Carlinhos Brown e Gonzaguinha.
"Gosto do samba de raiz até o jazz mais pesado, passando pela bossa nova. E ouvi muita ópera com meu pai. Mas procuro sempre dar uma roupagem nova na hora de gravar", diz.


CECÍLIA LEITE
Quando:
hoje e amanhã, às 22h30
Onde: hoje no Tom Jazz (av. Angélica, 2.331, 0/xx/11/3255-0084) e amanhã no Bar Brahma (av. São João, 677, 0/xx/11/3333-0855)
Quanto: R$ 25 (hoje) e R$ 20


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