|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cecília Leite apresenta seu primeiro CD
A cantora, antes jornalista, foi incentivada por Chico Buarque ao lhe dar uma demo após uma entrevista
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
Cecília Leite foi a primeira
repórter a chegar ao local onde
estava o ônibus 174, em 12 de
junho de 2000, no Rio. Cobriu o
cerco policial para a TV Globo,
viu a professora Geisa Gonçalves ser assassinada e percebeu
que estava na hora de trocar o
jornalismo pela música, paixão
que andava na sombra.
"Vi coisas muito fortes trabalhando no Rio, fiquei no meio
de tiroteio, e nada parecia melhorar. Eu me sentia impotente
e infeliz. Não gosto de ser arauto da tragédia. Prefiro ser instrumento de emoções", diz a cantora maranhense, 33.
Ela mostra em São Paulo o
repertório de seu primeiro disco, lançado neste ano e que leva
seu nome. No Tom Jazz, nesta
noite, também cantará o clássico "Cheek to Cheek" e "I Don't
Care If the Sun Don't Shine",
sucesso de Patti Page. No Bar
Brahma, amanhã, acrescentará
"Samba do Grande Amor", de
Chico Buarque.
Chico é uma espécie de padrinho da carreira de Cecília.
Ele a incentivou depois de ouvir um CD demo que ela lhe entregou após uma entrevista feita para a Globo, em 1999.
"Ele me ligou e disse: "O que
você está fazendo no jornalismo? Vem cantar!". E ainda
aceitou cantar comigo uma
música que nunca tinha sido
gravada", comemora.
"Dis-mois Comment", versão para o francês que Chico fez
de "Eu te Amo" (parceria com
Tom Jobim), é uma das três do
compositor que estão no CD.
"A Mais Bonita" e "Choro Bandido" (com Edu Lobo) são as
outras. "Soy Loco por Ti, América" (Gilberto Gil, Capinam),
"Assum Branco" (José Miguel
Wisnik), "O Samba e o Tango"
(Amado Régis) e "Daquele
Amor, Nem me Fale" (João Donato/Martinho da Vila) são outros destaques do repertório.
"Adoro escrever, mas os
compositores que eu gravo são
tão bons que acho melhor amadurecer um pouco mais para
mostrar. No segundo disco haverá coisas minhas", conta ela.
Do Maranhão natal estão no
CD e no show "Já me Basta" e
"Aço", de Bruno Batista, e "Fogueira", de César Nascimento.
Ela ainda deve cantar duas peças de Villa-Lobos nos shows
("Melodia Sentimental" e "Prelúdio da Solidão"), além de músicas de Carlinhos Brown e Gonzaguinha.
"Gosto do samba de raiz até o
jazz mais pesado, passando pela bossa nova. E ouvi muita
ópera com meu pai. Mas procuro sempre dar uma roupagem
nova na hora de gravar", diz.
CECÍLIA LEITE
Quando: hoje e amanhã, às 22h30
Onde: hoje no Tom Jazz (av. Angélica,
2.331, 0/xx/11/3255-0084) e amanhã
no Bar Brahma (av. São João, 677, 0/xx/11/3333-0855)
Quanto: R$ 25 (hoje) e R$ 20
Texto Anterior: Crítica: Filme de Sergio Leone dá lições de grandeza Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|