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MÚSICA
TV mostra "Show da Consciência Negra', que reuniu na última quarta Sandra de Sá, Hyldon e Cláudio Zoli
Cultura exibe celebração do soul brasileiro
BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local
"Faltaram Toni Tornado, Gerson
King Combo e Cassiano. Mas isso é
só o começo", resumiu Sandra de
Sá, após sua apresentação, que fechou o "Show da Consciência Negra", na última quarta-feira no
Sesc Pompéia, em São Paulo.
O espetáculo, que será exibido
hoje, às 21h30, pela TV Cultura,
reuniu três gerações da soul music
brasileira: Cláudio Zoli, 38,
Hyldon, 47, e Sandra de Sá, 43,
além do rapper Thaíde e seu DJ
Hum, que abriram a noite interpretando "Afrobrasileiro", com
direito a pedido de salvas para
Zumbi, cujos 303 anos de nascimento são celebrados hoje.
Em seguida, foi a vez de Cláudio
Zoli subir ao palco. O compositor
carioca deu início ao seu show com
"À Francesa", gravada por Marina
Lima em 89, para, em seguida,
emendar com "Noite do Prazer",
único sucesso da banda Brylho,
que, liderada por Zoli, fez carreira
efêmera no início dos anos 80.
Perfeccionista, Zoli interrompeu
o show por duas vezes. "Um pouco
de paciência. A televisão está gravando, o negócio tem que ser bem-feito", afirmou.
Ausente dos estúdios de gravação desde 93, o cantor Hyldon cantou com alguns de seus antigos sucessos, como "Na Sombra de uma
Árvore" e "As Dores do Mundo".
Por fim, cantou, juntamente com
Cláudio Zoli, "Na Rua, na Chuva,
na Fazenda", que teve, recentemente, versão do Kid Abelha. As
três músicas foram cantadas em
uníssono pelo público.
Após o show, Hyldon disse estar
trabalhando em um novo álbum, a
ser lançado entre abril e maio do
ano que vem. "Estou fazendo com
calma, compondo devagarinho. O
disco será meio blues, meio funk.
Haverá duas músicas minhas com
Jorge Salomão e já pedi para o Zoli
um bluesão "reggaeado'."
Hyldon crê que este é o momento
ideal para o ressurgimento da soul
music no país. "Hoje em dia, a música negra está influenciando tudo.
O nosso movimento foi o único
que não deu certo. Mas, atualmente, estamos mais maduros."
Cláudio Zoli também tem um CD
prestes a sair do forno, "Férias",
que, em sua definição, faz uma leitura pessoal para o que está acontecendo na dance music e na música eletrônica atual.
"Gosto de jungle e drum'n'bass,
mas não é o que mais escuto. Tenho, no entanto, que acompanhar
o que está acontecendo, mas, à minha maneira, usando a eletrônica a
favor das músicas."
O CD, com exceção da faixa-título -composição de Cassiano-,
só terá músicas novas.
Sandra de Sá fechou a noite levantando o escasso público do
Sesc Pompéia -que tinha diversas
poltronas vazias-, misturando
canções de Tim Maia, como "Sossego" e "Azul da Cor do Mar", e
composições de seu repertório:
"Joga Fora" e "Olhos Coloridos".
O número final foi "Vale Tudo",
em que todos os participantes do
show subiram ao palco. Até mesmo o soulman Fábio, que estava na
platéia, deu uma canja.
Segundo o diretor do evento, Jodele Larcher, 42, o "Show da Consciência Negra" representou o
"pontapé inicial". "Pensamos,
mais tarde, em fazer shows itinerantes que reúnam a nata da soul
music, como Lady Zu e Toni Tornado, e jovens talentos", afirmou.
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