São Paulo, sexta-feira, 21 de dezembro de 2001

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MANGÁ

Um dos maiores sucessos dos quadrinhos japoneses de ação chega ao Brasil e entra na briga por espaço no mercado

"Vagabond" vem para bater os pokemóns

Divulgação
Painel de "Vagabond", lançamento no Brasil da editora Conrad


DIEGO ASSIS
DA REDAÇÃO

Tem quem ainda torça o nariz quando ouve falar em mangá: não vê graça nenhuma naquelas crianças histéricas de olhos esbugalhados ou no imenso exército de criaturas com nomes terminados em "mon" que tomou de assalto os desenhos animados e as prateleiras de bancas de gibis no Brasil. Para esses, ainda resta uma alternativa: ler "Vagabond".
A história de Miyamoto Musashi, um dos mais conhecidos heróis da cultura japonesa, chega finalmente ao público brasileiro -depois de atingir a marca de mais de 10 milhões de exemplares vendidos no Japão e na Europa- graças à editora Conrad, que acaba de publicar o primeiro volume de "Vagabond".
Baseado no romance "Miyamoto Musashi", de Eiji Yoshikawa, lançado em 99 no Brasil pela Estação Liberdade, "Vagabond" impressiona tanto pelo impecável cuidado gráfico de Takehiko Inoue -especialmente com as encantadoras personagens femininas que cruzam o caminho dos samurais- quanto por sua densidade dramática -repleta de paixões e relatos das consequências de um período histórico de paz em que os lutadores perderam seus empregos após anos se dedicando somente à espada.
O "vagabundo" em questão é Shinmen Takezosama, que, aos 17 anos, passa a perambular com o amigo Hon'iden Matahachi pela área rural do Japão, depois de sofrer uma derrota na batalha de Sekigahara. Maltrapilho e frequentemente ferido nos duelos, Takezo é o exemplo perfeito do herói dos quadrinhos japoneses: adolescente, charmoso e, quando necessário, impiedoso.
A série, atualmente já no 12º número no Japão, rendeu a Inoue -também criador do best-seller dos mangás dos anos 90, "Slam Dunk", inspirado em jogadores da NBA- prêmios do Kondasha Manga Award e do Cultural Affairs Media Arts Festival, em 2000.
O mercado de quadrinhos mangá é um dos que mais crescem no mundo. Calcula-se que essa indústria (sem contar games e desenhos animados) tem investido a cada ano cerca de R$ 9 bilhões. Do total de livros e revistas publicados hoje no Japão, 40% possuem desenhos e balõezinhos.
Assim como a forma de leitura (da direita para a esquerda, de "trás para a frente"), a versão brasileira de "Vagabond" manteve capa, tamanho e cores originais.


Vagabond
   
Autor: Takehiko Inoue
Tradutora: Dirce Miyamura
Editora: Conrad
Quanto: R$ 5,50 (148 págs.)




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