São Paulo, quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

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Kate Winslet "estréia" em Hollywood

A comédia "O Amor Não Tira Férias" é o primeiro grande filme da atriz desde "Titanic", que foi feito em locações no México

Em entrevista à Folha, atriz fala sobre possível indicação ao Oscar e cenas de sexo e nudez: "Já caiu tudo, mas não estou nem aí"


Stuart Ramson - 29.nov.2006/Associated Press
A atriz Kate Winslet durante a première da comédia "O Amor Não Tira Férias", em Nova York


TETÉ RIBEIRO
ENVIADA ESPECIAL A LOS ANGELES

É o primeiro grande filme de estúdio que ela faz desde que posou nua para Leonardo DiCaprio em "Titanic" (1997). E a primeira comédia romântica de uma atriz que, aos 31, já tem 23 longas, se computados apenas os feitos para o cinema e os quatro aos quais ela empresta a voz. De certa maneira, "O Amor Não Tira Férias", que estréia amanhã em São Paulo, com Cameron Diaz e Jude Law, é também a estréia de Kate Winslet em Hollywood.
"Titanic" foi todo feito no México, em locação", disse a atriz à Folha durante o lançamento de "O Amor" em Los Angeles, soando como uma criança numa loja de brinquedos. "Esse é meu primeiro filmão de estúdio, levei vários sustos com o poder de Hollywood. Nunca tinha visto um trailer tão grande quanto o que me deram no set."
Depois do megassucesso do filme de maior bilheteria de todos os tempos, que rendeu sua primeira indicação ao Oscar, ela mudou o foco para filmes menores, em que interpreta mulheres fortes e que passam por situações difíceis. Assim, a comédia que estréia agora seria uma escolha óbvia se fosse feita por Winslet em 1998. Mas em 2006, e depois de ter feito projetos ousados como "Contos Proibidos do Marquês de Sade", é surpreendente.
"O Amor" chega às telas da cidade na semana seguinte à qual essa britânica foi indicada ao Globo de Ouro de atriz por outro longa, "Pecados Íntimos", que estréia no Brasil em fevereiro. O filme, de baixo orçamento, é dirigido por Todd Fields. Winslet é uma mulher complicada, vivendo um conflito moral. E faz uma das cenas de sexo mais quentes da última safra cinematográfica. "Sempre boto na cabeça que não quero mais fazer cenas de sexo nem aparecer nua. Tenho dois filhos, já caiu tudo, mas não estou nem aí, se o roteiro é bom, por que não?", diz a atriz.
Winslet veio para a entrevista de Nova York, onde mora com o marido, o diretor Sam Mendes ("Beleza Americana"), e seus dois filhos, para promover "O Amor Não Tira Férias".

Indicações
Desde que "Pecados Íntimos" estreou, no Festival de Toronto, em setembro, os críticos afirmam que a atriz inglesa deve ser indicada ao Oscar de atriz. A indicação ao Globo de Ouro, na semana passada, é outra pista. Se acontecer, será sua quinta indicação -ela foi a primeira mulher a receber quatro indicações antes de completar 30 anos, duas como atriz principal, duas como atriz coadjuvante. Apesar disso, nunca ganhou o Oscar.
Por quê? "Sempre fico pasma ao perceber que eles me acham tão boa quanto as outras indicadas, que eu invariavelmente considero melhores do que eu. Sendo assim, já estou feliz só com esse burburinho. É muito bom ter o trabalho reconhecido. Foi um grande desafio, e com grandes desafios vêm grandes recompensas. Essa é uma delas. Se eu for mesmo indicada, será outra grande emoção. Depois vem um medo também, mas até o medo é bom."
Além de "O Amor Não Tira Férias" e "Pecados Íntimos", sua voz está na animação "Por Água Abaixo", que entrou em cartaz na semana passada. No ano que vem, o DVD de "A Grande Ilusão", com Sean Penn, Jude Law e James Gandolfini, chega às locadoras. O filme também foi lançado no festival de cinema de Toronto, mas, como não fez sucesso com o público norte-americano, vem ao Brasil direto em DVD. "São todos os trabalhos em que estive desde que meu filho Joe nasceu. Foram filmados durante dois anos e lançados todos meio ao mesmo tempo, e no meio de um ano que eu tinha decidido tirar de férias..."

Inglesa contemporânea
Em "O Amor", dirigido por Nancy Meyers ("Recruta Benjamim", "Alguém Tem que Ceder"), Winslet tem outra estréia tardia: vive pela primeira vez um personagem que é uma mulher inglesa contemporânea, como ela mesma.
Ela é Iris na história, uma jornalista que sofre uma decepção amorosa às vésperas do Natal e decide entrar em um programa de trocas de casas. A personagem de Cameron Diaz, Amanda, uma dona de produtora de trailers em Los Angeles, passa por situação semelhante e também entra no programa. De um dia para o outro, a inglesa vai parar na mansão de Beverly Hills da americana, que por sua vez tenta se entender com um chalé na Inglaterra.
Lá, a personagem de Diaz dá de cara com Jude Law, enquanto o destino coloca o enjoado Jack Black no caminho da personagem de Winslet em Los Angeles. "Foi estranho não ter nenhuma peruca, nenhum sotaque, nenhum vestido de época por trás do qual me esconder. E fazer comédia é um terror. Tive de aprender no processo, mas agora estou louca pra fazer uma outra."

A jornalista TETÉ RIBEIRO viajou a convite da United Internacional Pictures

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