São Paulo, sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

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Marcas buscam novas formas para exibir coleções

BRUNA BITTENCOURT
DA REPORTAGEM LOCAL

O coletivo carioca OEstudio abandonou a passarela nesta São Paulo Fashion Week e exibiu ontem sua coleção em um vídeo projetado em um grande telão no prédio da Bienal.
Apesar de soar como novidade, grifes estrangeiras já vêm experimentando outras formas de exibir suas coleções lá fora.
No último sábado, a Burberry transmitiu ao vivo de Milão o desfile de sua coleção de inverno masculina pelo site da grife. Christopher Bailey, estilista da marca inglesa, anunciou a novidade pelo Twitter e chegou a gravar um vídeo convidando internautas para assistirem à transmissão.
Antes da Burberry, em outubro passado, Alexander McQueen experimentou o mesmo formato para exibir sua coleção primavera-verão, em uma parceria com o site SHOWstudio.com, do badalado fotógrafo Nick Knight.
Em 2008 a dupla Viktor & Rolf foi mais longe. Descartou toda a estrutura tradicional em um desfile e fez uma apresentação virtual, exclusiva para a internet. Nela, a modelo Shalom Harlow, acompanhada por clones seus, exibiram os looks da coleção de primavera-verão dos holandeses, sem sombra de plateia, celebridades, imprensa ou fotógrafos.
No Brasil, as grifes ainda não se atreveram a exibir suas coleções pela internet, mas hoje é possível assistir a todos os desfiles da SPFW pela rede.
O UOL oferece em seu canal de moda (estilo.uol.com.br) vídeos de até três minutos de duração com um resumo dos desfiles, cerca de duas horas após as apresentações. Com o mesmo intervalo de tempo, o portal Fashion Forward (ffw.com.br), da SPFW, disponibiliza os vídeos dos desfiles em sua íntegra, introduzidos e concluídos por entrevistas com os estilistas.
Já o portal Oi Moda (oimoda.com.br) transmite ao vivo todos as apresentações da SPFW, via streaming.
Mas nem todo mundo acha graça nas transmissões on-line. As consultoras de imagem Fernanda Resende, 31, e Cristina Gabrielli, 34, do Oficina de Estilo (oficinadeestilo.com.br), defendem que o vídeo não traz a mesma impressão de quando se está presente nos desfiles.
Alexandra Farah, 35, que transmite de seu iPhone trechos dos desfiles em tempo real no Filme Fashion (filmefashion.tv), concorda: "O desfile é como uma experiência de teatro. É um show que deve ser visto ao vivo". Para ela, é difícil observar tecidos e até a maquiagem pela transmissão on-line. "Mas é uma experiência democrática para quem faz e para quem assiste."
As blogueiras da Oficina ressaltam a importância das entrevistas que podem acompanhar os vídeos de desfiles. Para elas, isso ajuda a contextualizar as coleções para o internauta.
Farah acredita que no futuro as marcas brasileiras devem aderir à transmissão pela internet dos desfiles, mas eles não devem ser substituídos. "Ainda não inventaram nada melhor para mostrar as roupas", diz.


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