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Marcas buscam novas formas para exibir coleções
BRUNA BITTENCOURT
DA REPORTAGEM LOCAL
O coletivo carioca OEstudio
abandonou a passarela nesta
São Paulo Fashion Week e exibiu ontem sua coleção em um
vídeo projetado em um grande
telão no prédio da Bienal.
Apesar de soar como novidade, grifes estrangeiras já vêm
experimentando outras formas
de exibir suas coleções lá fora.
No último sábado, a Burberry transmitiu ao vivo de Milão o desfile de sua coleção de
inverno masculina pelo site da
grife. Christopher Bailey, estilista da marca inglesa, anunciou a novidade pelo Twitter e
chegou a gravar um vídeo convidando internautas para assistirem à transmissão.
Antes da Burberry, em outubro passado, Alexander
McQueen experimentou o
mesmo formato para exibir sua
coleção primavera-verão, em
uma parceria com o site
SHOWstudio.com, do badalado
fotógrafo Nick Knight.
Em 2008 a dupla Viktor &
Rolf foi mais longe. Descartou
toda a estrutura tradicional em
um desfile e fez uma apresentação virtual, exclusiva para a internet. Nela, a modelo Shalom
Harlow, acompanhada por clones seus, exibiram os looks da
coleção de primavera-verão
dos holandeses, sem sombra de
plateia, celebridades, imprensa
ou fotógrafos.
No Brasil, as grifes ainda não
se atreveram a exibir suas coleções pela internet, mas hoje é
possível assistir a todos os desfiles da SPFW pela rede.
O UOL oferece em seu canal
de moda (estilo.uol.com.br)
vídeos de até três minutos de
duração com um resumo dos
desfiles, cerca de duas horas
após as apresentações. Com o
mesmo intervalo de tempo, o
portal Fashion Forward
(ffw.com.br), da SPFW, disponibiliza os vídeos dos desfiles em sua íntegra, introduzidos e concluídos por entrevistas com os estilistas.
Já o portal Oi Moda
(oimoda.com.br) transmite
ao vivo todos as apresentações
da SPFW, via streaming.
Mas nem todo mundo acha
graça nas transmissões on-line.
As consultoras de imagem Fernanda Resende, 31, e Cristina
Gabrielli, 34, do Oficina de Estilo (oficinadeestilo.com.br),
defendem que o vídeo não traz
a mesma impressão de quando
se está presente nos desfiles.
Alexandra Farah, 35, que
transmite de seu iPhone trechos dos desfiles em tempo
real no Filme Fashion (filmefashion.tv), concorda: "O desfile é como uma experiência de
teatro. É um show que deve ser
visto ao vivo". Para ela, é difícil
observar tecidos e até a maquiagem pela transmissão on-line. "Mas é uma experiência
democrática para quem faz e
para quem assiste."
As blogueiras da Oficina ressaltam a importância das entrevistas que podem acompanhar os vídeos de desfiles. Para
elas, isso ajuda a contextualizar
as coleções para o internauta.
Farah acredita que no futuro
as marcas brasileiras devem
aderir à transmissão pela internet dos desfiles, mas eles não
devem ser substituídos. "Ainda
não inventaram nada melhor
para mostrar as roupas", diz.
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