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Crítica
Protagonista de "Showgirls" é um robô erótico
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Poucos filmes no mundo foram tão malfalados quanto
"Showgirls". Até hoje, 13 anos
depois de ter sido feito, tem tão
pouco cartaz que vai passar
no Telecine Action (à 0h15),
habitualmente um depósito
de nulidades.
O filme é uma espécie de refilmagem de "A Malvada", de
Mankiewicz, só que de topless.
Mas não é essa a questão, e sim:
o que nos autoriza a crer que
Paul Verhoeven, o autor deste
filme, tido até então por um homem inteligente, fosse visto como um idiota?
É estranho, porque, se o sujeito faz "Robocop", aceita-se.
Mas um filme entre garotas
pouco vestidas de Las Vegas pega mal. Da atriz principal, Elizabeth Berkley, diz-se então
que é uma incompetente etc.
E por que o filme é tão ruim?
Dizem que, tratando de garotas
eróticas, não tem erotismo.
Bem, eu achei Berkley ótima
justamente por isso: vive nua,
mas não transmite sensualidade. Seu corpo é como uma armadura. Ela é um robocop. Um
robô erótico. Isso é o que filme
tem de original, de notável.
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