São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2000


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Estréia de "Apocalipse" é incerta

do enviado a Curitiba

No final da tarde de segunda, falando ao telefone direto da Penitenciária Estadual de Piraquara, município a cerca de 20 km de Curitiba, o diretor Antonio Araújo, 32, mostrava-se bastante reticente em relação à estréia de "Apocalipse 1,11", programada para hoje. Ele não descartava o adiamento por conta das dificuldades da produção local em adaptar o espaço para a encenação.
A montagem do grupo Teatro da Vertigem ocupará uma área em construção no interior do complexo penitenciário que abriga presídios masculino e feminino, além de uma colônia penal e uma ala com presos de alta periculosidade.
Haverá esquema especial de segurança para o público, que será transportado de ônibus durante 40 minutos de Curitiba até a cidade vizinha. A presença de policiais (e detentos "ao lado") adiciona tensão que não se tem no presídio desativado do Hipódromo, em SP, onde a peça segue em cartaz.
No caso de Piraquara, a encenação será mais concentrada porque exige menor deslocamento do público no espaço. Em São Paulo, por exemplo, o espectador sobe três lances de escadas entre uma das passagens.
Com dramaturgia de Fernando Bonassi, "Apocalipse 1,11" transpõe o personagem bíblico João para o mundo contemporâneo, precisamente urbano. Ele busca sua cidade mítica e mergulha em aflições do ser humano. O público curitibano já conferiu as duas primeiras peças da trilogia do Teatro da Vertigem: "O Paraíso Perdido" (92) e "O Livro de Jó" (95).
Os ingressos para as quatroapresentações (cem espectadores por vez) esgotaram-se há duas semanas. Até o fechamento desta edição, não havia decisão sobre sessão extra para a lista de espera com mais de 120 nomes. (VS)


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