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Estréia de "Apocalipse" é incerta
do enviado a Curitiba
No final da tarde de segunda, falando ao telefone direto da Penitenciária Estadual de Piraquara,
município a cerca de 20 km de
Curitiba, o diretor Antonio Araújo, 32, mostrava-se bastante reticente em relação à estréia de
"Apocalipse 1,11", programada
para hoje. Ele não descartava o
adiamento por conta das dificuldades da produção local em adaptar o espaço para a encenação.
A montagem do grupo Teatro
da Vertigem ocupará uma área
em construção no interior do
complexo penitenciário que abriga presídios masculino e feminino, além de uma colônia penal e
uma ala com presos de alta periculosidade.
Haverá esquema especial de segurança para o público, que será
transportado de ônibus durante
40 minutos de Curitiba até a cidade vizinha. A presença de policiais
(e detentos "ao lado") adiciona
tensão que não se tem no presídio
desativado do Hipódromo, em
SP, onde a peça segue em cartaz.
No caso de Piraquara, a encenação será mais concentrada porque exige menor deslocamento
do público no espaço. Em São
Paulo, por exemplo, o espectador
sobe três lances de escadas entre
uma das passagens.
Com dramaturgia de Fernando
Bonassi, "Apocalipse 1,11" transpõe o personagem bíblico João
para o mundo contemporâneo,
precisamente urbano. Ele busca
sua cidade mítica e mergulha em
aflições do ser humano. O público
curitibano já conferiu as duas primeiras peças da trilogia do Teatro
da Vertigem: "O Paraíso Perdido"
(92) e "O Livro de Jó" (95).
Os ingressos para as quatroapresentações (cem espectadores
por vez) esgotaram-se há duas semanas. Até o fechamento desta
edição, não havia decisão sobre
sessão extra para a lista de espera
com mais de 120 nomes.
(VS)
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